Os farmacêuticos precisam ficar alertas ao nível de orientação fornecida aos pacientes, pois, algumas categorias de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) estão em alta devido à pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19). Um exemplo disso está nas vitaminas D, que tiveram um aumento na procura de 180%.
Além disso, outros produtos que estão classificados nessa categoria de medicamentos, que não necessitam de receita médica, também registraram alta na demanda, como o paracetamol, que a procura cresceu 80%, e as vitaminas C, 35%. O levantamento foi feito pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF).
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Segundo o farmacêutico, Eliseu Rabelo, desde que começou a pandemia a venda desses medicamentos aumentou significativamente. "Começou uma correria para as farmácias atrás dos medicamentos", disse ele, em entrevista à TV Anhanguera de Tocantins.
Automedicação
Nesse sentido, Rabelo chama a atenção para os riscos da automedicação e enfatiza o protagonismo do farmacêutico na responsabilidade da prescrição e orientação do paciente em relação ao uso dos MIPs.
“A automedicação tem seus riscos, que podem incluir, por exemplo, um autodiagnóstico incorreto, uma interação medicamentosa ou com alimentos. O paciente pode ter reações adversas, devido aos efeitos colaterais. Além disso, a automedicação pode mascarar uma patologia”, destaca.
Ele continua: "Nós, que somos farmacêuticos, somos os profissionais habilitados dentro da farmácia para passar a informação correta ao paciente sobre o uso racional desses medicamentos", lembra.
Vale ressaltar que, desde 2014, o ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico analisa o hábito de se automedicar do brasileiro. No primeiro ano de pesquisa, 2014, um estudo constatou que 76% da população declaravam tomar medicamentos por conta própria, ou seja, sem prescrição médica ou orientação do farmacêutico.
Em 2016, o índice variou para 72%. Já em 2018 cresceu para 79%, e agora, em 2020, foi observado que 81% das pessoas indicam consumir essas substâncias sem os devidos cuidados.
Já uma recente pesquisa desenvolvida pelo CFF, realizada em meio à pandemia, corrobora com os dados divulgados, anteriormente, pelo ICTQ. Segundo a entidade, 77% dos brasileiros declararam já ter feito uso de algum medicamento por conta própria.
Em recente entrevista ao portal do ICTQ, o coordenador de saúde da Coordenadoria de Assistência Farmacêutica do Estado de São Paulo, Victor Hugo Costa Travassos da Rosa, fez um alerta sobre os riscos relacionados à automedicação. “É uma prática que pode levar até a morte. Consumir um medicamento sem orientação médica ou farmacêutica é uma atitude perigosa. A pessoa deve sempre procurar se informar com médicos ou farmacêuticos”, destacou ele.
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