Os testes rápidos para detectar o novo coronavírus (Covid-19) estão sendo cada vez mais procurados nas farmácias, contudo, a eficácia desse método em diagnosticar a doença tem sido, constantemente, questiona por entidades de saúde. O exame apresenta uma baixa sensibilidade, entre 20% e 30%, quando realizado nos cinco primeiros dias de sintomas. No entanto, a novidade é que mesmo após duas semanas da infecção, ainda há 30% de possibilidade de um resultado falso.
Segundo matéria divulgada no portal Valor Econômico, a chance do teste rápido conseguir detectar o anticorpo do vírus é de 65% a 70%, mesmo após as duas semanas dos primeiros sintomas. De acordo com o veículo, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC), em parceria com 11 laboratórios de medicina diagnóstica privados e públicos, está realizando uma análise de alguns testes disponíveis no mercado.
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Na iniciativa, a SBPC já analisou 26 marcas desses produtos. A pesquisa é feita por meio do seguinte método: os laboratórios usam o material (sangue ou secreção nasal) de exames já aplicados em pacientes e fazem novos testes para tentar chegar ao mesmo resultado inicial. Cada marca tem cerca de 60 amostras analisadas. Ao todo, quase 3 mil amostragens já foram submetidas ao estudo.
Um ponto importante dessa pesquisa é que os fabricantes desses testes que enviaram seus produtos para os laboratórios parceiros da SBPC, por meio de uma iniciativa voluntária. Detalhe que mostra que as empresas estão confiantes de que estão oferecendo um teste de alta qualidade.
Para o diretor científico da SBPC e médico do Fleury, Álvaro Pulchinelli, realizar o teste rápido nos primeiros dias de sintomas não vale a pena. “Fazer o teste rápido na primeira semana de sintomas é jogar dinheiro fora porque a sensibilidade é muito baixa”, destacou ele, em entrevista publicada no veículo.
Aprovação e eficácia
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a realização dos testes em farmácias em território nacional. Contudo, estabeleceu regras e orientações por meio das notas técnicas 96/20 e 97/20. No entanto, o órgão sanitário não realiza avaliações em relação à eficácia dos procedimentos.
Entidades como a Vigilância em Saúde do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e as Comissões Intersetoriais de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica (Cictaf) alertam como o método deve ser utilizado.
"O teste rápido pode ser usado como apoio para a avaliação do estado imunológico de pacientes que apresentem sintomas da Covid-19. Basicamente, esse tipo de exame aponta se a pessoa teve ou não contato com o vírus, e, consequentemente, produziu anticorpos contra o coronavírus. Assim, o teste rápido não possui finalidade confirmatória de diagnóstico de Covid-19, sendo apenas auxiliar neste diagnóstico", destacam as entidades.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde (MS) também já orientou: “Esses testes rápidos não possuem finalidade confirmatória, porque têm limites de detecção ligados ao estado imunológico de cada pessoa. Resultados negativos não excluem a infecção pelo novo coronavírus e resultados positivos não devem ser usados como evidência de infecção”, define o órgão federal.
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