O Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) expediu recomendação às farmácias que realizam testes de Covid-19 em Fortaleza para que apresentem um plano de ação para prevenção e combate ao coronavírus, revelou o jornal O Povo. Órgão solicitou adoção de medidas para atendimento a todas as normas sanitárias vigentes.
De acordo com o MP, as empresas farmacêuticas devem apresentar um cronograma de implementação das ações, designando representante para fiscalizar o cumprimento do plano, com elaboração de relatório a ser enviado semanalmente à Promotoria. Elas foram notificadas ontem (6/4) e têm prazo de cinco dias para apresentarem resposta ao órgão.
Na recomendação, o MP requisita que as empresas priorizem o atendimento às pessoas que irão fazer o teste, optando pelo prévio agendamento, de forma que elas permaneçam no local apenas durante a realização do exame, evitando formação de filas de espera e agrupamento com os demais clientes.
O documento também orienta que as farmácias garantam que o procedimento de coleta ocorra em sala privativa, em ambiente ventilado com janelas abertas ou com sistema de climatização com exaustão. Após o exame, o paciente deve ser orientado a se retirar imediatamente do estabelecimento, sendo proibida sua circulação no interior da loja.
Segundo o MP, as farmácias também devem impedir o acesso aos estabelecimentos de pessoas que não usem máscaras. O órgão orienta também que deva ser autorizada apenas a entrada de uma pessoa por família, sendo proibida a permanência no local por tempo superior ao estritamente necessário para a compra de produtos ou prestação de serviços.
Ainda conforme o MP, as farmácias devem identificar os estabelecimentos que estão aptos a realizar os testes de acordo com as recomendações do órgão. Aqueles que não possam se adequar devem interromper a realização dos testes até a devida adaptação.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma), Antônio Félix, os estabelecimentos de Fortaleza já estão atuando de acordo com as regras exigidas pelo MP.
“A gente tenta isolar, por isso (o teste em) farmácias pequenas, com menos de 50 m², fica inviável, fazemos em unidades a partir de 100 m². É marcado por horário, a pessoa senta no local já reservado para não se aglomerar e nem se misturar com os outros clientes e funcionários”, explicou o dirigente ao jornal.
Contudo, Felix reforça que algumas medidas dificultam o funcionamento das unidades. Ele critica a dificuldade para as farmácias adquirirem exaustores e anexos para a realização dos testes. “Tem que ponderar a questão do anexo. Como ele vai alugar em ponto vizinho para essa estrutura? Ou o estabelecimento para ou vai ter um entendimento”, frisou.
Nesse sentido, segundo o dirigente, o sindicato deve se reunir com sua equipe jurídica para tentar uma mediação das recomendações. “Existe ainda o teste em domicílio, não mencionam, certeza que vai ser proibido. Se não houver um acordo, as farmácias não vão fazer o teste e quem vai sentir é o paciente”.
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A busca por testes de farmácia para detectar a Covid-19 tem crescido cada vez mais no Brasil. Somente nos três primeiros meses de 2021, as vendas desses exames já superaram todo o período de 2020. De acordo com O Globo, no ano passado foram feitos 2.032.089 testes rápidos nas farmácias brasileiras. Enquanto isso, entre 1 de Janeiro e 14 de março já foram realizados 2.045.469 testes.
Para o farmacêutico e professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêuticano ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni, os testes são importantes para identificar e isolar pacientes com o vírus, evitando a disseminação da Covid-19. Ele explica como os farmacêuticos devem atuar no atendimento a pacientes com resultados positivos.
“O teste deve ser feito com orientação e deve contribuir para a vigilância epidemiológica eficiente, colaborando com estratégias de combate ao coronavírus na saúde pública. Por isso, quando a testagem for positiva, a vigilância em saúde local deve ser informada, para as devidas providências e orientações ao usuário”, salienta Poloni.
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