Atualmente, há 130 projetos de vacinas em desenvolvimento para combater o novo coronavírus (Covid-19), em todo o mundo. Caso o Governo Federal decida que o Brasil vai entrar para uma iniciativa lançada pela Aliança Global para Vacinas e Imunização (Gavi Aliança) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o País terá a chance de comprar uma futura substância imunizante por um preço mais acessível, reduzindo os riscos de ficar muito atrás na fila de acesso às doses.
O projeto é bastante promissor e importante, já que das 130 vacinas em desenvolvimento, dez possíveis candidatas a se tornar uma substância imunizante já estão na fase de testes em humanos.
Para iniciativas como essa, a Gavi Aliança criou o Advanced Market Commitments for Vaccines (AMCs), que é um compromisso antecipado de mercado no qual os países interessados podem realizar uma contribuição financeira para ajudar a desenvolver a vacina de maneira mais rápida, garantindo também mais agilidade no acesso à substância, assim que ela estiver pronta.
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O projeto funciona de forma diferente aos acordos bilaterais que têm sido realizados entre os Estados Unidos e alguns laboratórios. Na iniciativa, os riscos são compartilhados entre vários países, pois, a garantia de contribuição é antecipada, ou seja, antes da descoberta da vacina. Contudo, caso a substância imunizante seja desenvolvida, o acesso será prioritário às nações que se comprometeram a comprar um determinado número de doses. Para isso, a Gavi negocia um preço mais em conta.
De acordo com o jornal Valor Econômico, já há uma movimentação em certos setores para tentar convencer o Governo de Jair Bolsonaro a aderir ao projeto. Outro ponto importante sobre a iniciativa é que a OMS está encarregada de definir a distribuição das vacinas quando estiverem desenvolvidas.
Outras chances
Outra possibilidade de o Brasil ter prioridade no caso da descoberta de uma substância imunizante é por meio da vacina da Universidade de Oxford, criada por pesquisadores do Reino Unido. Nessa situação, o País poderá ter o acesso antecipado, caso a eficácia da fórmula for comprovada, porque serão realizados testes com mil pessoas em território nacional.
Segundo a reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Soraya Smaili, a participação do Brasil nessa pesquisa poderá colocar o País como um grande candidato a ter prioridade em usar a possível vacina.
"Existem algumas conversas nesse sentido [para o país poder ter prioridade no uso da vacina]. Nós estamos trabalhando para que sim. O fato de estarmos integrando e sermos o primeiro País fora do Reino Unido, e também o primeiro laboratório no Brasil a realizar esses estudos, pois, semelhantes a esses não há nenhum outro no Brasil, torna o País um grande candidato", disse ela, em entrevista à Agência Brasil.
Vale ressaltar que a Unifesp vai participar, a partir das próximas semanas, da terceira fase de pesquisas da vacina desenvolvida pelos pesquisadores ingleses.
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