De acordo com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes (foto), em 2020, a expectativa é de que ao menos dois centros de pesquisa sejam inaugurados na floresta amazônica, com o intuito de estudar de que forma a biodiversidade e ativos podem se transformar em novos medicamentos e cosméticos.
Em entrevista publicada no Portal do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, o farmacêutico, José Carlos Tavares Carvalho, que estuda a biodiversidade da Amazônia, desde 2005, comentou sobre seu trabalho na região. Ele sonha em ver os recursos naturais se transformarem em produtos [medicamentos] para ajudar a população carente.
“A farmácia é dinâmica, então um bom farmacêutico sempre estará em plena busca, pois a cada dia novas tecnologias são implementadas, e precisamos acompanhar esse desenvolvimento. Minha meta é lutar pela implantação de um grande laboratório de pesquisa em fármacos aqui na Amazônia”, comenta.
O sonho do farmacêutico vai ao encontro da ideia do ministro: “A gente precisa levar pesquisa e tecnologia para essa região. Como é que a gente consegue utilizar o conhecimento das pessoas a respeito da biodiversidade, do que existe naquele bioma? Nós podemos criar laboratórios espalhados pela Amazônia e utilizar a infraestrutura já existente”, disse Pontes, em entrevista ao portal Uol.
Segundo o representante do governo federal, sua equipe já está estudando o território e pesquisando quais os locais que serão instalados os laboratórios. “Por exemplo, [verificar] quartéis do Exército em locais com infraestrutura e colocar pesquisadores no meio da Amazônia de forma que eles possam trabalhar com as comunidades locais”, disse.
Contêineres equipados
O ministro complementa explicando que, até dezembro de 2020, ao menos dois laboratórios piloto devem ser inaugurados: “Se a gente tiver que construir uma estrutura, seria com dois contêineres equipados, em um meio coberto. Um é para a pessoa morar, para os pesquisadores ficarem três, quatro meses. A estrutura de moradia é de um lado e o laboratório do outro. Estão determinando o que vai ficar dentro desse laboratório. Vai ser equipado com drones, sistema de conexão de internet, e assim por diante. A ideia é que, neste ano, a gente tenha pelo menos um ou dois pilotos funcionando. Aí a gente ajusta e espalha”.
Já Carvalho, que é coordenador de um laboratório de pesquisa na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) explica que para um farmacêutico atuar na Amazônia é necessário que o profissional tenha conhecimento em produtos naturais, pois, essa região é muito rica: “Eu me dedico em estudar, com tecnologias apropriadas, o aproveitamento dessa biodiversidade utilizando grande foco em inovação”.
Por fim, o farmacêutico explica que seu interesse em estudar a Amazônia surgiu em 2003, quando foi fazer um estágio Pós-Doc em Berlim, na Alemanha. “Essa experiência foi muito interessante, porque aumentou o meu contato com pesquisadores da área de produtos naturais, e tive tempo para escrever três livros. Nesse período comecei a pensar em voltar para a Amazônia, o que aconteceu por meio de um concurso, em 2005, para a UNIFAP", finalizou.
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