O medicamento omalizumabe, indicado para o tratamento de asma alérgica grave não controlada, foi aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Público de Saúde (Conitec) para ser integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O composto químico, produzido pela empresa farmacêutica Novartis, é formado por um anticorpo humanizado com 95% de sua estrutura constituída por proteínas humanas. Seu princípio ativo bloqueia a imunoglobulina, também conhecida por IgE.
A imunoglobulina é produzida em pacientes geneticamente predispostos a reações alérgicas, quando entram em contato com alérgenos da poeira, como ácaros e fungos, bem como pelos de animais, entre outros. Esses alérgenos são os principais causadores da asma alérgica.
“A entrada de omalizumabe na rede pública de saúde representa um incremento fundamental no arsenal de medicamentos disponíveis para o tratamento da asma grave, por atender a um perfil de paciente que necessita de uma abordagem terapêutica diferenciada. Oferecer a essa população um tratamento inovador e seguro, cujo custo-benefício assegura o melhor controle da doença, é um ganho para toda a sociedade”, destaca a pneumologista e presidente da Associação Brasileira de Asmáticos (ABRA), Zuleide Mattar.
Papel do farmacêutico no tratamento da Asma
O farmacêutico é peça fundamental para auxiliar os pacientes no tratamento contra a asma. Cabe a ele orientar os doentes, levando informações sobre a enfermidade, além de auxiliar na terapia e outras medidas para controlar a doença.
Ele é o responsável por ensiná-los a usar, corretamente, os vários equipamentos usados por medicação via inalação, além de monitorar o uso e as doses dos medicamentos. Vale ressaltar que, nesses casos, é essencial que os pacientes aprendam a utilizar os dispositivos inaladores, pois, caso contrário, o princípio ativo poderá ser direcionado para o fundo da garganta e não para os pulmões.
Panorama da asma no Brasil
Dados do Ministério da Saúde revelam que cerca de 350 mil internações hospitalares acontecem por ano, via SUS, por conta de complicações relacionadas à asma. Estima-se que, anualmente, 250 mil pacientes morrem vítimas da doença que acomete as vias aéreas, limitando a respiração.
Além disso, cerca de 20 milhões de brasileiros sofrem com a doença. Ela também é responsável pela internação de diversas pessoas no SUS todos os anos. Somente no 1º semestre de 2019, cerca de 35 mil pacientes foram parar em hospitais devido às crises de asma.
Outro ponto importante é que a doença se manifesta em diferentes graus e variações. Em um contexto mundial, a asma alérgica é um dos fenótipos mais comuns, representando 70% dos casos. Quanto aos níveis em que se apresenta, estima-se que 70% dos casos sejam leves, 25% moderados e entre 5% e 10% são graves.
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