O que falta em termos de marketing no setor farmacêutico? Essa é a pergunta que fica no ar após uma pesquisa da consultoria Croma divulgar um levantamento das empresas mais lembradas pelos brasileiros em tempos de pandemia. Curiosamente, mesmo a população consumindo muitos produtos produzidos por farmacêuticas ou comprados em estabelecimentos farmacêuticos, nenhuma companhia, rede de farmácias ou indústria aparece no Top 10 do ranking.
No levantamento, a ordem das dez empresas citadas foi: Ambev, Ipê, Itaú Natura, Boticário, Ifood, Magazine, Luiza, Santander , Carrefour e Vivo. Segundo o fundador da Croma, Edmar Bulla, a maior parte das marcas lembradas pela população brasileira está promovendo grandes doações e produzindo insumos, como álcool em gel, por exemplo.
“Humanizar as relações comerciais, evitar oportunismos, abusos de preço e demais iniciativas que possam sacudir a saúde de uma marca são regras básicas a serem cumpridas. Os vínculos emocionais tendem a ser construídos e terão reflexos no longo prazo”, disse o executivo, em entrevista à revista Exame.
Ele complementa: “Em momentos de crise, a expectativa dos consumidores e cidadãos em relação às marcas é sempre a mesma: empatia”, destaca.
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Nesse sentido, a pesquisa, que entrevistou mais de 4 mil pessoas, ainda mostrou os produtos comprados com mais frequência pelos brasileiros em meio ao surto ocasionado pelo novo coronavírus (Covid-19), sendo que, o álcool em gel e sabonetes foram citados por mais de 40% da população.
Em entrevista exclusiva à equipe de jornalismo do Portal do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, o professor de marketing farmacêutico, Leonardo Doro Pires, explicou que muitas empresas não investem em ações de divulgação das suas iniciativas: “Sobre o álcool gel, meu diagnóstico é que sua produção está concentrada em farmácias de manipulação e indústrias de pequeno e médio porte, que por tradição investem menos em marketing”, ressalta.
Doro explica que a procura tem sido muito maior que a oferta, por isso, muitas empresas do setor estão com uma forma de investir em divulgação de uma maneira muito específica: "O que observo no momento é um marketing em redes sociais, no estilo viral, feito pelas próprias farmácias, com o chamado: ´Temos o produto´ ou ‘acabamos de receber álcool gel´. É um período onde a procura é maior que a oferta, neste caso específico... a procura é muito maior. Os investimentos em marketing diminuem", ressalta ele.
Nesse sentido, vale ressaltar que, muitas vezes, investir em divulgação de iniciativas que humanizam a marca, e não somente apresentam uma visão comercial, realmente, pode ser um bom negócio. O levamento divulgado pela consultoria Croma corrobora com essa ideia, pois, a companhia que aparece em primeiro lugar do ranking é, justamente, a Ambev.
Em março de 2020, a cervejaria viralizou em diversos sites e nas redes sociais após anunciar que estava produzindo álcool em gel para distribuir aos hospitais públicos municipais de Brasília, e dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo a empresa, inicialmente, a produção foi de 500 mil garrafas para doar às unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
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