Com a era digital, houve uma mudança no comportamento de muitos empresários e representantes do setor farmacêutico. Se antes os executivos eram avessos à exposição, agora, muitos deles encontram nas redes sociais uma forma de ampliar seus negócios e suas possibilidades profissionais.
Esse é o caso do empresário João Adibe Marques (@joaoadibemarques), dono da farmacêutica Cimed, especializada em medicamentos e itens de higiene e beleza populares. Com cerca de 150 mil seguidores no Instagram, o executivo usa a plataforma como uma espécie de reality show profissional. "Falo de estratégias de vendas, de metas e planos futuros", explica o empresário em entrevista à revista Veja.
Com postagens diárias, Marques produz conteúdo durante visitas em fábricas, reuniões de trabalho e viagens de negócios em suas aeronaves (helicóptero Augusta Westland ou o avião Global 6000 Bombardier).
Ainda ao veículo, o executivo explica que se tornou um influenciador digital a partir de 2018, quando notou que existia uma falta de produtores de conteúdo para assuntos relacionadas à movimentação da economia e dicas de carreira. “Há público carente de aprender sobre empreendedorismo, que quer ver exemplos positivos”, ressalta.
Além de Marques, outros exemplos de profissionais do setor farmacêutico que fazem sucesso na web são os diretores da Consulfarma, Neto Montagnini (@netomontagnini), responsável pela área comercial, e Lucas Portilho (@lucasportilhooficial), do setor Científico. Com exclusividade ao ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, os executivos falaram sobre suas experiências como influenciadores.
“Ser influenciador ajuda bastante nos meus negócios porque me dá mais visibilidade para tudo que eu faço. Durante uma aula, eu consigo postar algo nas redes sociais e gerar interesse no público. É muito bacana porque eu consigo alcançar milhares de potenciais clientes e alunos”, conta Portilho. E complementa com uma dica: “Ser influenciador é também você estar ligado em tudo que tem de mais moderno no mercado farmacêutico e cosmético, é isso que eu tento fazer. Todo tempo que tenho livre, estou buscando aprender para gerar conteúdo para as pessoas”, orienta Portilho, que tem quase 60 mil seguidores no seu perfil.
Já o sócio Montagnini, que possui 12, 6 mil seguidores no Instagram, explica que atrai o público por meio da geração de conteúdo direcionado à gestão. “Gosto de compartilhar informações para melhorar o setor. Muitas farmácias precisam de dicas de gestão, então, eu compartilho essas orientações para que o segmento possa crescer”, enfatiza.
Outro influenciador do setor farmacêutico é professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Eduardo Abreu (@eduabreu__), que vê na interação com os usuários nas redes sociais uma possibilidade de ampliar seu conhecimento. “Como farmacêutico, eu trabalho com pessoas. Então eu tenho que entender o meu público, preciso saber como os consumidores estão se comportando nas redes de farmácias. Além disso, como professor, procuro saber como meus alunos estão se sentindo, o que eles gostam, o que postam nos stories, qual a história deles. É importante saber de tudo isso para que eu possa produzir conteúdo”, afirma.
Como dono de farmácia, Abreu ainda explica que as redes sociais ajudam bastante na possibilidade de ampliar os negócios. “Meu perfil é muito voltado para a realidade do farmacêutico empreendedor. Eu mostro a minha realidade, posto quando vou viajar para dar palestras, isso dá visibilidade para o Edu Abreu, e essa exposição retorna em forma de mais convites. E finaliza: “Outra situação é quando eu divulgo algum evento, como um curso digital, por exemplo. Certamente, essa divulgação me traz mais alunos”, encerra o empresário, que atualmente conta com 14, 6 mil seguidores no Instagram.