Microagulhamento: Benefícios, indicações e atuação do farmacêutico esteta

MICROAGULHAMENTO: BENEFÍCIOS, INDICAÇÕES E ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO ESTETA

A farmácia estética, regulamentada em 2013, é um campo fértil de possibilidades para a atuação do farmacêutico que vislumbra melhores rendimentos e mais autonomia. Com a Resolução 615/15, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) definiu os requisitos técnicos para o exercício profissional nesse segmento. A legislação atribuiu ao farmacêutico esteta recursos terapêuticos invasivos não cirúrgicos, como criolipólise, aplicação de toxina botulínica, preenchimento dérmico, mesoterapia e microagulhamento – um dos queridinhos e mais populares do mercado.

Os efeitos positivos da Indução Percutânea de Colágeno por Agulhas (IPCA), popularmente conhecida como microagulhamento, contribuem para que o procedimento se consolide, especialmente entre aqueles que estão em busca da pele perfeita, mais bonita e jovem. A técnica estimula a cicatrização natural da derme e a produção natural de colágeno para aumentar as habilidades de recuperação das células ao reduzir rugas e pigmentação. Além disso, melhora a firmeza e o tom da pele.

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“O microagulhamento estético é um procedimento que consiste na microperfuração da pele com pequenas agulhas com diferentes finalidades, desde ajuda na permeação de fármacos, auxílio na vasodilatação local até mesmo estímulo de colágeno”, reitera o coordenador e professor da Pós-Graduação em Saúde Estética do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Pedro Sousa.

O microagulhamento pode ser realizado tanto em homens quanto em mulheres que buscam o rejuvenescimento da pele, melhorando o aspecto das rugas, da flacidez, das cicatrizes de acne e das estrias. O procedimento também pode ser usado em alguns casos de queda capilar, cicatrizes hipertróficas e queimaduras.

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De acordo com o professor, para realizar procedimentos minimamente invasivos como a técnica de microagulhamento, o profissional farmacêutico deve ser habilitado em estética e para isso é necessário realizar uma pós-graduação na área, que atenda aos pré-requisitos mínimos instituídos na Resolução 615/15 do CFF, e solicitar a habilitação no conselho de classe regional.

“O farmacêutico precisa ter conhecimento de anatomia da região e da disfunção estética que ele está tratando, conhecer os possíveis fármacos que podem ser associados, entender a técnica para a realização de microlesões sem danificar demais o tecido, conhecer e utilizar somente os dispositivos que possuem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, alerta Sousa.

Indicações e benefícios do microagulhamento

O microagulhamento pode ser utilizado em diversos tratamentos, mas é indicado principalmente para:

  • Rejuvenescimento facial;
  • Rugas e linhas de expressão;
  • Cicatrizes de acne;
  • Estrias;
  • Flacidez;
  • Crescimento capilar;
  • Poros abertos;

A técnica traz vários benefícios para a pele, principalmente a produção de colágeno por meio do estímulo proporcionado com as microagulhas, como redução das estrias, manchas e linhas de expressão; restauração de cicatrizes, proporcionando melhor aparência; aumenta a absorção de produtos na pele, além de não necessitar de remoção do tecido, somente o rompimento, assim a recuperação é mais rápida e simples.

O procedimento costuma ser indicado para quase todo mundo. Tanto que as contraindicações são bem específicas, como presença de acne muito ativa, infecção por herpes, uso de medicamento anticoagulante, diabetes não controlada e diagnóstico de câncer de pele. Ainda assim, é essencial que um profissional avalie o caso antes de indicar o procedimento.

Como um dos principais resultados do microagulhamento é o estímulo natural do corpo para uma maior produção de colágeno, a sua principal indicação é mesmo a atuação contra o envelhecimento, ou seja, para prevenir e tratar problemas como flacidez, marcas de expressão e rugas.

Contudo, como o microagulhamento também incentiva a produção de outras fibras naturais da pele, é recomendado para quem quer tratar cicatrizes de acne e estrias. As fibras naturais preenchem a pele, tornando a superfície mais lisa.

 

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Dependendo do ativo utilizado no procedimento, o microagulhamento ainda ajuda a amenizar manchas, inclusive o melasma, e a queda de cabelo. Nesse caso, as microperfurações são feitas no couro cabeludo e os ativos estimulam o crescimento dos fios ao mesmo tempo em que deixam os cabelos mais fortes.

“Pode ser realizado o microagulhamento para permeação de fármacos na terapia capilar, hidratação da pele e região de pálpebras, melhoras de rugas estáticas, cicatrizes de acne, estrias etc.”, completa Sousa.

O microagulhamento é realizado por um profissional especializado em consultório ou clínica. Antes de iniciar o procedimento é aplicado um anestésico na região que será realizada a técnica. No caso de microagulhamento elétrico é possível escolher e ajustar o tamanho das agulhas durante o tratamento. Dessa forma, a profundidade é regulada conforme a região em que é aplicada na sessão.

O tamanho da agulha, a pressão da aplicação e a quantidade de sessões é determinada conforme os resultados esperados. Para realizar o microagulhamento, é preciso que a pele esteja limpa e tonificada. Após o procedimento, é normal que a pele fique avermelhada e levemente inchada, mas estes sinais desaparecem em poucos dias. Após a sessão podem ser indicados hidratantes, clareadores e outros produtos que ajudam a alcançar os resultados. Todos os cuidados devem ser seguidos conforme a orientação do farmacêutico.

Segundo o professor, existem alguns dispositivos que podem ser usados no procedimento e eles variam de técnica, quantidade e profundidade de agulha. É importante o profissional estar atento ao efeito desejado e áreas de risco para que não seja gerado mais inflamação do que o necessário, ou mesmo cause lesões na pele. É essencial saber também a profundidade das camadas da pele da região tratada para utilização das agulhas corretas.

“Agulhas como tamanho de 0,5mm ou 0,75mm geralmente são usadas em regiões de pele mais finas e para permeação de ativos, já as de 1,0mm, 1,5mm e 2,0mm são utilizadas para estímulo de colágeno. Desde que realizado seguindo as normas da técnica, cautela com o paciente, conhecimento anatômico e indicações pré e pós-procedimento, o microagulhamento é uma técnica segura e muito eficaz”, garante Sousa.

Os resultados não são imediatos, pois a crescimento do colágeno pode demorar até um ano ou mais. Está técnica deve ser feita com muita atenção e cautela, pois assim como ela pode trazer ótimos resultados e benefícios ela também pode trazer malefícios que podem ser irreversíveis.

“Ao farmacêutico, aconselho que seja muito bom naquilo que se propuser a fazer, estude bastante as indicações das técnicas e abuse no conhecimento farmacêutico para associar ativos no tratamento, prescrição de componentes que vão potencializar os resultados e seja prudente durante a realização da técnica. Lembre-se que fazer lesões exageradas podem gerar consequências”, afirma o professor.

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