SLU-PP-332 desperta interesse científico mas ainda não está disponível para uso humano

Pesquisadores têm investigado o SLU-PP-332, um composto capaz de mimetizar efeitos fisiológicos do exercício, despertando grande interesse no campo da farmacologia metabólica. Estudos indicam que ele ativa vias celulares semelhantes às estimuladas por treinos físicos, promovendo maior eficiência energética e resistência muscular em modelos animais.

Apesar do entusiasmo científico, o composto não pode ser vendido, como tem acontecido nas redes sociais, e ainda não é um medicamento regularizado. O professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico e chefe da Assessoria de Melhoria da Qualidade Regulatória (Asreg) da Anvisa, Henrique Mansano, esclarece:

  • “Somente um medicamento que passou pela avaliação da Anvisa pode ser considerado regularizado”.
  • “A regularização de um medicamento novo exige a apresentação de estudos clínicos que comprovem qualidade, segurança e eficácia”.
  • “Medicamentos aprovados possuem embalagem padronizada e bula, disponível publicamente no Bulário Eletrônico da Anvisa”.
  • “O farmacêutico deve observar os aspectos regulatórios para orientar corretamente o paciente”.
  • “A aprovação de estudos clínicos envolve avaliação ética pelo sistema CEP/CONEP, sob gestão do Ministério da Saúde”.
  • “Com as informações atuais, não é possível afirmar que o SLU-PP-332 se trata de um medicamento”.

Como funciona o SLU-PP-332

Pesquisas publicadas na ACS Chemical Biology (2023) indicam que o SLU-PP-332 atua sobre os receptores ERR (α, β e γ), reguladores centrais do metabolismo. Em testes com camundongos, os animais tratados percorreram até 45% mais distância e correram 70% mais tempo do que os não tratados, associando-se a alterações na composição muscular, com aumento de fibras tipo IIa, típicas de atletas de resistência.

Segundo o professor de farmácia da Saint Louis University, EUA, Thomas Burris, “o composto sinaliza ao músculo esquelético para induzir modificações semelhantes às observadas em treinamento de resistência”. Pesquisas posteriores, publicadas no Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics (2024), sugerem que o SLU-PP-332 também pode contribuir para o manejo da obesidade e síndrome metabólica, promovendo perda de peso e melhora da sensibilidade à insulina em modelos de camundongos obesos, sem alterações na dieta ou na atividade física.

Disponibilidade para humanos ainda é remota

Até o momento, todos os testes foram realizados em células ou modelos animais. Segundo Burris, são necessários mais ensaios de segurança e eficácia, além de ajustes na forma de administração, atualmente via injeção. O coautor Bahaa Elgendy estima que a chegada ao mercado pode levar cerca de dez anos.

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A startup Pelagos Pharmaceuticals foi criada para acelerar os testes clínicos do composto, avaliando versões aprimoradas em modelos de obesidade, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e doenças neurodegenerativas.

Potenciais benefícios e limitações

Se aprovado, o SLU-PP-332 poderia oferecer:

  • Aprimoramento metabólico: aumento da queima de gordura e gasto energético basal;
  • Preservação da massa muscular: útil para pessoas com mobilidade reduzida ou idosos;
  • Proteção de órgãos vitais: possível efeito cardioprotetor e neuroprotetor.

Contudo, o composto não substitui o exercício completo. Ele não fortalece ossos ou articulações e não proporciona benefícios psicológicos do exercício, como melhora do humor ou redução do estresse.

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Desafios sociais e éticos

A comercialização do SLU-PP-332 levanta questões éticas e sociais. A falsa percepção de que o exercício não seria mais necessário pode estimular sedentarismo. Seu uso em esportes competitivos provavelmente configuraria doping, similar a compostos como GW501516 e AICAR. Há ainda preocupações quanto ao custo e à cobertura pelos sistemas de saúde, dependendo do objetivo: tratamento de doença ou aumento de desempenho físico.

Pesquisas apresentadas na reunião anual da American Chemical Society (2024) indicam que o composto poderia exercer efeitos cardioprotetores em casos de insuficiência cardíaca e neuroprotetores em doenças como Alzheimer.

SLU-PP-332 não é medicamento aprovado

Apesar de notícias e de suposta venda em redes sociais e sites comerciais, o SLU-PP-332 permanece em fase pré-clínica e não deve ser utilizado em humanos. A comunidade farmacêutica deve acompanhar os desenvolvimentos, mantendo o foco em segurança, regulamentação e orientação responsável aos pacientes.

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