"Tem horas que a gente acerta e tem horas que a gente erra" Afirma CEO da Cimed

"Tem horas que a gente acerta e tem horas que a gente erra" Afirma CEO da Cimed

Não é de hoje que o mercado presencia uma avalanche de grandes magazines e marketplaces disponibilizando a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e também os prescritos em suas plataformas de e-commerce, entre eles Submarino, Americanas, Casas Bahia, Ponto Frio, Magazine Luiza e até mesmo o aplicativo Rappi entrou nesse páreo para entregar os pedidos feitos, pelos consumidores, a farmácias e drogarias de todo o país.

Em 2020, o portal do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico trouxe à luz a discussão sobre o “iFood de medicamentos”. À época, o farmacêutico, professor do ICTQ e especialista em gestão de mídias digitais, Leonardo Doro Pires, antecipou que a operação via marketplace é um caminho sem volta: “Este tipo de operação vai engolir 50% do mercado tradicional nos próximos dez anos. Gigantes como a Amazon, pioneira neste modelo de negócio, são os shoppings do presente”.

Indagado sobre qual seria o ponto mais viável de equilíbrio entre a tecnologia e a rigidez da legislação farmacêutica, Pires afirmou ser difícil fechar a questão sobre esse tema. “O equilíbrio passa por uma interação estruturada com o farmacêutico no momento da compra digital e por um cadastro prévio de clientes/pacientes autorizados a adquirir medicamentos pela internet. Como operacionalizar isso é o desafio a ser vencido”, ponderou.

O ICTQ procurou a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) de modo a obter um posicionamento atualizado sobre essa questão do e-commerce em Farmácia. Segundo o CEO da entidade, Sérgio Mena Barreto, nas 26 redes de farmácias associadas à Abrafarma, a operação de delivery e e-commerce segue em ascensão consistente. O movimento ultrapassou R$ 2,78 bilhões no ano passado, correspondendo a uma alta de 56,77% na comparação com 2020.

“As vendas via plataformas digitais representam um caminho sem volta, na medida em que contribuem para a maior conveniência do consumidor e tornam mais fluida a experiência de compra. Mas a praticidade proporcionada pelo ambiente online não pressupõe uma venda indiscriminada e, sequer, a supressão do estabelecimento farmacêutico nesse processo”, afirma Mena Barreto.

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De acordo com Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma/SP), para um setor mercadológico conseguir alavancar as vendas e gerar maior visibilidade frente aos clientes, é preciso usar a tecnologia como ferramenta primordial. Portanto, o e-commerce é uma das melhores opções para as drogarias que procuram inovação, praticidade e versatilidade. Desse modo, muitas indústrias investem em plataformas digitais que oferecem aos consumidores um portfólio recheado de novidades.

Esta semana, vídeos que circularam pelas redes sociais intrigaram a opinião pública, em especial a classe farmacêutica. Neles, o CEO da Cimed, a quarta maior indústria farmacêutica do Brasil, João Adibe Marques, lançava formalmente a plataforma "Minha Cimed", um tipo de marketplace onde pessoas físicas montariam a sua própria loja com produtos Cimed e praticariam a venda dos itens que vêm com o selo da empresa. Não ficou claro se essa venda incluiria medicamentos em geral, ou apenas isentos de prescrição, além dos suplementos, que todos sabemos ser um dos pontos chaves do portfólio do grupo. Contudo, após os vídeos viralizarem, Marques voltou atrás e se pronunciou também nas redes: “tem horas que a gente acerta e tem horas que a gente erra. A nossa loja Minha Cimed foi cancelada, acabou”, disse na tarde desta quinta-feira (26/5).

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Durante a 517ª Reunião Plenária do Conselho Federal de Farmácia (CFF), ontem (26/5), o secretário-geral do CFF, Luiz Gustavo Pires, mencionou a proposta da Cimed de venda direta para o consumidor para propor uma discussão entre os participantes. Segundo ele, “a indústria não pode fazer venda direta ao consumidor final, muito menos de medicamentos. Se fosse, por exemplo, suplementos ou cosméticos, não teria problema. Mas, medicamentos são vedados. E isso é uma cobrança também dos proprietários farmacêuticos que vêm isso com um desconforto”, falou.

Para o CEO da Abrafarma, a possibilidade de venda de medicamentos em um ambiente digital que não seja o de uma farmácia transformaria medicamentos em mercadorias. Que nível de segurança e profissionalismo outras plataformas poderiam proporcionar aos clientes, sem o devido respaldo legal de um farmacêutico? Quem poderia analisar se a prescrição apresentada pelo paciente está ou não em conformidade com as exigências técnicas e regulatórias? “Vale reiterar que somos favoráveis à liberdade econômica e de mercado, desde que não abramos mão de uma premissa fundamental - o bom senso e a defesa incondicional da saúde”, completa Mena Barreto.

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