A farmacêutica suíça Novartis está prestes a homologar, nos Estados Unidos e na Europa, um tratamento inovador baseado na medicina nuclear para combater o câncer de próstata. Os testes clínicos já mostraram que a nova terapia pode reduzir a taxa de mortalidade em até 38% (comparado ao tratamento padrão).
As informações foram publicadas pelo Valor Econômico. Segundo o portal, a Novartis pedirá a aprovação das agências sanitárias americanas e europeias no segundo semestre de 2021. Enquanto isso, a solicitação para uso no Brasil deve ocorrer apenas no primeiro semestre de 2022.
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O novo tratamento consiste em uma abordagem que não utiliza a radioterapia clássica. Ela é aplicada via sanguínea e é chamada de “radioligand”. Esse tratamento é uma infusão que utiliza molécula química composta com dois componentes, sendo um deles um anticorpo e o outro um agente radioativo.
Eles se ligam à célula cancerígena com o objetivo de destruí-las, mas sem atingir as células saudáveis que estão próximas da região com o câncer. Ou seja, o anticorpo localiza o tumor da próstata e o átomo radioativo o destrói.
Potencial de negócio
Entre os motivos para o alto potencial de mercado, a reportagem elenca que o câncer de próstata não mata rapidamente, ele é mais lento que outros tumores. Sendo assim, haverá a necessidade da infusão com o novo tratamento de tempos em tempos. Essa terapia também evitará a retirada da próstata e do tratamento químico.
Além disso, as pesquisas sobre essa nova abordagem continuarão, de modo que seja possível encontrar novos anticorpos para combater outros tumores, como o de pulmão e o do cérebro.
E há ainda o mercado de tratamento do câncer de próstata que, segundo projeções da consultoria Fior Markets, deve aumentar de US$ 7,2 bilhões para US$ 10,6 bilhões (de R$ 37,61 milhões para R$ 55,37 bilhões aproximadamente) até 2027. Esse alto crescimento está associado com o aumento do tabagismo, obesidade e hábitos alimentares. E com isso, a alta no investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas terapias deve impulsionar o crescimento desse segmento.
Atuação do farmacêutico em oncologia
Em vista de tantos tratamentos inovadores em oncologia, cabe enfatizar a importância da atuação do farmacêutico especializado nessa área, afinal, como destaca o professor da Pós-graduação em Farmácia Hospitalar e Clínica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Nelson Belarmino, este profissional pode atuar em diferentes áreas em hospitais públicos, privados e filantrópicos.
Entre suas atribuições, esse profissional deve ser multidisciplinar. Ele é responsável por normatizar, desenvolver ou instaurar procedimentos de recebimento, armazenamento, conservação e transporte de insumos farmacêuticos e medicamentos; entre outras diversas responsabilidades no tratamento direto dos pacientes oncológicos, conforme explica Belarmino:
“Atuar em oncologia é algo fascinante. E quando essa atuação é unida à pesquisa, o casamento é perfeito. Trabalhar com oncologia é ter a certeza de que você está ali para dar o melhor de si. É saber escutar e resolver ao máximo a situação do seu paciente. Enfim, atuar em oncologia é se envolver com seus pacientes e, junto deles, lutar para que uma melhor qualidade de vida seja alcançada”.
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