Conheça a história da executiva que largou a moda pela indústria farmacêutica

Da moda ao laboratório: empresária divide liderança da Cimed com irmão

Formada em moda, Karla Marques Felmanas trocou a confecção que havia criado pela direção do Grupo Cimed, que seu pai, João de Castro Marques, fundara em 1977. Há 29 anos na companhia, ela divide as decisões com o irmão João Adibe e prepara a empresa para a nova geração, conforme revelou o site Universa UOL.

Vice-presidente da Cimed, Karla revelou que todas as decisões da empresa são tomadas “na base da conversa” com o irmão, que preside o negócio. “Trabalhamos exatamente assim: se um quer uma coisa e o outro não quer, passamos uma semana em estratégia de convencimento”, contou ao site.

Assim como ocorreu com ela, Karla vê filhos e sobrinhos, todos na faixa dos 20 anos, percorrendo o mesmo caminho em diferentes áreas da Cimed. “Seguimos a mesma conduta que vivi. Nunca fui tratada como filha. Meu pai dizia que havia construído algo e deveríamos fazer ainda mais”, afirmou.

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No início, ela não pensava em seguir carreira na indústria farmacêutica da família. Ao Universa Karla revelou que sua inclinação era a moda, que ela cursou na faculdade. Criou uma confecção junto com uma amiga, mas o negócio não avançou. “O mercado era muito difícil no Brasil, então abandonei e comecei a ajudar o meu pai na empresa. Passei pela expedição, manipulação, fui responsável pela produção, depois assumi a área de controle. Segui para o setor de compras, depois fui para recursos humanos e até tecnologia da informação. Meu crescimento profissional e o da Cimed caminharam juntos”, esclareceu.

Nos primeiros anos, como a empresa era muito pequena, cada um da família foi cuidar de uma área, com as próprias responsabilidades. “O meu pai ficava na parte financeira, o João Adibe ficava com vendas e marketing, eu ficava com produção. Há 12 anos, a minha mãe faleceu e a minha irmã foi morar na Austrália. Ficamos eu, meu pai e João. Hoje, eu e meu irmão comandamos a companhia. Entendemos e confiamos muito um no outro. Então, se ele conhece mais do comercial e de vendas, respeito as decisões dele neste sentido, assim como ele respeita as minhas na parte de produção e de lançamentos de produtos”, revelou.

Karla revela o que ela entende como ser um bom líder, principalmente para as mulheres que assumem esse tipo de cargo. “Acreditamos na liderança pelo exemplo. Não dá para falar uma coisa e agir de outra maneira. Também não tomo a minha opinião como a única. Um líder que acredita no seu time tem que fazer com que as pessoas participem, que tragam ideias, que se coloquem. Atualmente, temos 38% de gestão feminina, número acima da média do mercado, mas estamos trabalhando para chegar aos 50%”.

“O que eu percebo é que as mulheres têm receio de se colocar nas possibilidades que se apresentam”, adiciona a empresária. “Por exemplo, se há uma vaga que exige o inglês fluente na área de compras, noto que um homem se candidata, independentemente de falar o idioma ou não. Já a mulher, se não tiver o inglês fluentíssimo ou se tiver um sotaque, pensa que não está preparada. Falta esse despertar da própria força. Esses freios ainda existem, até porque sabemos que o dia a dia corporativo não é esse mar de rosas. Apesar de dividir a companhia com o meu irmão, ainda tem alguns momentos em que ouço, percebo conversinha de homem. Em uma empresa que não tem uma presença feminina tão forte, como é a minha, é muito mais difícil para a mulher se impor”.

Karla lembra que o mercado farmacêutico está em transformação. “A faculdade de farmácia é muito mais feminina do que masculina, então grande parte da indústria tem lideranças femininas. Fica mais difícil quando você vai para áreas administrativas, financeiras e tecnológicas, embora a nossa participação esteja crescendo muito nesses espaços. Vou ainda a várias reuniões em que sou a única mulher, mas sempre me coloquei e reforcei que tenho competência para ocupar a cadeira em que eu estou”.

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O momento mais desafiador da carreira, segundo a executiva, foi quando aconteceu uma explosão na fábrica de Pouso Alegre (MG), em 2014. “Havia estourado uma estufa. Eu não sabia qual era a magnitude do acidente. Liguei para o meu irmão, pegamos um helicóptero, pousamos na fábrica e, quando chegamos, ainda estava pegando fogo. A área que sofreu a explosão estava ao lado de uma caixa d 'água, então tínhamos pressão de água para conseguir apagar o fogo. Por outro lado, o foco estava perto de uma área com muito álcool armazenado, o que poderia ter aumentado as chamas. Felizmente, não aconteceu. Não dá para esquecer. Vimos os funcionários ajudando a apagar as labaredas, todo mundo contribuindo”.

A empresária revela como está sendo preparada a nova geração da família – filhos e sobrinhos – para assumir futuramente a Cimed. “Nunca fomos tratados como filhos na empresa – e esse é um dos motivos pelos quais a parceria deu certo. O mesmo vale para os meus filhos. As portas estão abertas para eles. Deixamos que cresçam e oferecemos muita responsabilidade, cobramos muito. Não adianta querer que o seu filho entre na empresa se você não permite que ele aja com autonomia. É óbvio que são diferentes da gente: mais jovens, nasceram e vivem em outro mundo”.

Antes de passar o bastão para a nova geração, Karla revela que quer fazer a Cimed crescer mais, mas também manifesta o desejo de se dedicar à parte social. “É uma coisa que eu sempre tive vontade, mas nunca tive disponibilidade. Sempre ajudamos financeiramente algumas instituições em Minas Gerais, mas quero contribuir com o meu trabalho, com o meu tempo, porque hoje eu tenho uma equipe que me permite delegar”.

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