Executivo da Sinovac cobrou fim de ataques à China para não atrasar insumos ao Brasil

Executivo da Sinovac cobrou fim de ataques à China para não atrasar insumos ao Brasil

O presidente da Sinovac, Weidong Yan, pediu o fim dos reiterados ataques do governo Bolsonaro à China e cobrou uma mudança de posicionamento para garantir o envio de insumos ao Instituto Butantan para a produção da Coronavac. A informação consta em documento sigiloso do Itamaraty enviado à CPI da Covid, ao qual O Globo teve acesso.

Segundo o jornal, o ofício reproduz uma carta enviada pela Embaixada do Brasil em Pequim ao Ministério das Relações Exteriores com o relato de uma reunião ocorrida em 19 de maio na capital chinesa entre diplomatas e representantes brasileiros, incluindo um emissário do governo de São Paulo em Xangai, com o presidente da Sinovac.

A reunião ocorreu dias após o presidente Jair Bolsonaro falar em ‘guerra química’ e mencionar teorias conspiratórias segundo as quais o vírus da Covid-19 teria sido criado em laboratório – considerado improvável pelos cientistas – ou que teria se espalhado a partir a ingestão de um ‘animal inadequado’, em referência a vídeos que mostrariam chineses tomando sopa de morcego – hábito que não é comum na China.

Durante a reunião, Yan pediu uma mudança no posicionamento político do Brasil para que houvesse uma relação “mais fluida” entre os países e “fez questão de ressaltar a importância do apoio político para a realização das exportações, e mesmo a possibilidade de tratamento preferencial a determinados países”, conforme o documento.

Em certo momento do encontro, de acordo com relato da embaixada de Pequim, o presidente da Sinovac citou como exemplo a Indonésia e o Chile como “reflexo positivo das boas relações” com a China. Dos 12,7 milhões de doses da vacina contra Covid-19 administradas no Chile, 9% são do laboratório chinês.

“(O presidente da Sinovac) não chegou a afirmar categoricamente que haveria uma ingerência direta do governo na alocação de insumos, mas realçou a importância de um bom diálogo entre Brasília e Pequim. Afirmou que a questão não é meramente comercial, mas também diplomática. Citou, como exemplo, o reflexo positivo das boas relações que a Indonésia e o Chile mantêm com a China sobre o suprimento de vacinas para aqueles países”, diz o relato enviado ao Itamaraty, segundo O Globo.

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Na avaliação de integrantes da CPI da Covid ouvido pelo jornal, o material contradiz a tese defendida em depoimento à comissão pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e pelo ex-chanceler Ernesto Araújo, de que as falas do presidente da República não tiveram impacto nas negociações com a China para o fornecimento de imunizantes.

De acordo com o relato da embaixada brasileira, o presidente da Sinovac disse ainda que, “apesar do bom relacionamento da empresa com o Instituto Butantan e do apoio da Chancelaria à cooperação com o Brasil, poderia ser útil que o acordo entre as empresas fosse visto como uma demanda do governo brasileiro”.

O executivo, ainda segundo o documento enviado ao Itamaraty, sugeriu que o Brasil enviasse uma correspondência, ‘no nível político’, para expressar a expectativa sobre a quantidade de insumos e o cronograma de suprimento de vacinas. “Deu a entender que esse documento poderia ajudar a empresa em suas conversações com o Waijiaobu (Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China)”.

O Ministério das Relações Exteriores não informou quais foram as medidas tomadas após a reunião com a Sinovac em Pequim.

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Gerente da Anvisa esclarece sobre Coronavac

Em live promovida em dezembro pelo ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico o gerente-geral de Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e professor da pós-graduação de Assuntos Regulatórios do ICTQ, Gustavo Mendes, tirou dúvidas e desmistificou algumas desinformações a respeito da Coronavac.

“Não temos nenhum tipo de preconceito ou discriminação nesse sentido. Desmistificar a questão da nacionalidade é fundamental. Não é o local que determina a qualidade de um produto”, afirmou Mendes, revelando que já trabalhou em Bangladesh, em uma região muito poluída, mas que produzia medicamentos importantes para o planeta. Durante a live, foi informado que 90% dos insumos farmacêuticos vêm da China.

De acordo com Mendes, são duas as formas definidas pela Anvisa para o uso de uma vacina. “Uma é a forma tradicional, que passa por uma série de fatores que garantam eficácia, segurança e boas práticas para a imunização. Por conta da pandemia, há também a autorização de uso emergencial, sem todas as etapas completas. Mas não significa que não se tenha segurança, os resultados são tão bons e promissores que trazem a confiança da empresa, que terá um compromisso, a fim de termos acesso de maneira mais rápida”, explicou.

O gerente da Anvisa esclareceu ainda que tudo passa por um comitê para análises de registros. “Há inspeção das boas práticas clínicas. Tem que prevenir, corrigir e recolher lotes. A qualidade da vacina que vem para o Brasil tem que ser a mesma da utilizada lá fora”, salientou.

Sobre a criação proposital do vírus em laboratório por parte da China para fins econômicos – tese insinuada por Bolsonaro e que irritou o dirigente da Sinovac –, foi rechaçada durante a live pelo farmacêutico e professor de pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ, Thiago de Melo.

“Falar isso é leviano. Não há relatos de criação de uma organela de uma célula, que dirá um vírus, que é muito mais rebuscado”, disse o Melo. Gustavo Mendes fez coro: “Vimos uma epidemia de fake news, se disseminando em massa na população”, sobre conspirações e falsas notícias.

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