Nesta segunda-feira (26/04), a Comissão Europeia anunciou que deu início a uma ação legal contra a AstraZeneca. O motivo se deu porque a farmacêutica não teria respeitado o contrato de fornecimento de vacinas contra a Covid-19 e, além disso, não tem um plano confiável que garanta as entregas dos imunizantes a tempo, conforme noticiou o G1.
Segundo o portal, a disputa entre as partes vem desde janeiro passado, quando a AstraZeneca declarou que não entregaria os 300 milhões de doses contratadas pelo bloco no tempo em que havia sido acordado, ou seja, entre janeiro e junho de 2021.
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Ainda nessa negociação, somente para o primeiro trimestre era esperado que a companhia distribuísse 121 milhões de doses. No entanto, já encerrando abril, até o momento, a AstraZeneca entregou apenas 31,2 milhões, segundo apurou o Uol.
Desde janeiro, quando houve o primeiro atraso, os dirigentes da Comissão Europeia passaram a criticar a companhia. Além disso, a maior parte dos Estados-membros iniciou pressão para que o bloco acionasse a justiça pelos atrasos recorrentes da farmacêutica.
A reclamação ganhou apoio de todos os países, e, por fim, na última sexta (23/04), a Comissão Europeia abriu a ação na justiça contra a farmacêutica.
A comissária de Saúde do bloco, Stella Kyriakides, destacou que o objetivo é garantir que haja a entrega de um número suficiente de doses, como estabelecido no contrato.
"Nossa prioridade é garantir as entregas de vacinas contra a Covid-19 para proteger a saúde da União Europeia. É por isso que a Comissão Europeia, juntamente com todos os Estados-membros, decidiu instaurar ações judiciais contra a AstraZeneca", frisou Stella.
Complicações do atraso e impacto na segunda dose
Os atrasos na entrega das vacinas podem implicar a imunização da primeira dose, assim como, também, comprometer até mesmo a imunização das pessoas que estão na espera da segunda dose da vacina. Ambos os cenários prejudicam o cronograma nacional de imunização vigente em cada país.
Como se sabe, a vacina da AstraZeneca é administrada em duas doses e o intervalo entre elas deve ser respeitado, para assim, garantir a eficácia, qualidade e segurança da vacina.
O gerente-geral da Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Mendes, em vídeo exclusivo da série ‘Farmacêuticos pela Vacina’, publicado no canal do Youtube do ICTQ (veja o vídeo completo aqui), explica as diferenças entre as dosagens e importância de seguir os intervalos das vacinas.
“Muitas vezes uma dose só não é suficiente para atingir aquele mínimo de anticorpos necessários para neutralizar o vírus, então, por isso, precisa de uma dose de reforço, que ajuda a se atingir esse grau de anticorpos necessários”.
Mendes, que também ministra aulas na Pós-graduação de Assuntos Regulatórios, entre outros cursos no ICTQ, ressalta que os intervalos determinados nas bulas de cada imunizante são essenciais para gerar anticorpos neutralizantes contra a Covid-19.
“Esse intervalo é importante ser seguido à risca porque é justamente o intervalo para preparar o corpo para que a segunda dose possa ser efetiva e gerar esses anticorpos neutralizantes”, concluiu.
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