O laboratório Eli Lilly solicitou à agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos – Food and Drug Administration (FDA) – uma alteração na composição de seu medicamento bamlanivimabe, cujo uso experimental foi aprovado pelo órgão contra a Covid-19, informou o Estado de Minas.
Com a mudança, o bamlanivimabe, que foi o primeiro medicamento composto de anticorpos a ter autorização de uso emergencial nos Estados Unidos, passaria a ser administrado junto ao etesevimabe em razão das novas variantes do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Caso o pedido seja acatado, a FDA deve revogar a autorização emergencial do bamlanivimabe e emitir uma nova permissão que valide a utilização dos dois anticorpos monoclonais em conjunto. A empresa garante que a solicitação não se deve a preocupações com segurança.
“A crescente prevalência de variantes indica que o bamlanivimabe, sozinho, pode não neutralizar o vírus totalmente. Com fornecimento suficiente de etesevimabe, acreditamos que agora é o momento certo para completar nossa transição planejada e focar na administração desses dois anticorpos neutralizantes juntos”, afirmou o laboratório, em nota.
Medicamento teve pedido protocolado na Anvisa
Bamlanivimabe é voltado a casos leves e moderados de Covid-19. No final de março, a Eli Lilly enviou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido de autorização para o uso emergencial e temporário do banlanivimabe e também do etesevimabe.
Esse tratamento é um coquetel de anticorpos monoclonais, feito a partir de proteínas desenvolvidas em laboratório, que imitam a capacidade do sistema imunológico humano em identificar e neutralizar o novo coronavírus, impedindo que ele penetre nas células do corpo.
Antes das avaliações quanto às variantes, no final de janeiro, a Eli Lilly divulgou o desempenho do uso do bamlanivimabe e do etesevimabe juntos no tratamento contra o coronavírus. De acordo com a companhia, os resultados da fase 3 dos testes apontaram que o coquetel foi capaz de reduzir o risco de hospitalizações e mortes por Covid-19 em 70%.
Variantes preocupam cientistas
Pesquisadores estão investigando o risco de agravamento da Covid-19. O fato é que muitas das novas variantes têm causado preocupação em autoridades de saúde, pois, além de outros motivos, elas se replicam com mais velocidade do que o vírus que causou a primeira onda do surto pandêmico, em 2020.
No Brasil, esse problema tem sido mais acentuado, pois em uma transmissão sem controle como tem acontecido em território nacional, esse perigo se torna iminente, devido ao fato de que há muito mais vírus circulando.
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A contenção desse problema não se dá apenas com medicamentos, como observa o farmacêutico e professor de pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Thiago de Melo, que ressalta a importância da continuidade dos protocolos de segurança.
Segundo ele, pensando de forma coletiva, essa iniciativa é fundamental para desafogar os sistemas de saúde que ainda se encontram colapsados em muitas regiões do País. “Com menos Sars-CoV-2 circulantes, o impacto sobre as novas variantes mutantes também pode ser suavizado, afinal, com menos ‘casas’ para o vírus morar, menos chance de ele trocar seus códigos”, salienta Melo.
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