Na estratégia de crescimento para o Brasil, o laboratório sul-africano Aspen Pharma tem apostado na aquisição de produtos consagrados. Recentemente, a empresa comprou da Sanofi, por cerca de R$ 20 milhões, os medicamentos Benestare e Osteonutri. Plano de investimentos da companhia prevê R$ 50 milhões para ampliar sua fábrica.
Benestare é utilizado como regulador intestinal e Osteonutri é usado na reposição de cálcio e vitamina D, auxiliando no funcionamento muscular e sistema imune. Ambos foram adquiridos no final do ano passado e tiveram aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê). Aspen informa que os estoques dos produtos já foram transferidos para o armazém da empresa.
O CEO da companhia no Brasil, Alexandre França, deu detalhes sobre a operação. “A estratégia da Aspen é comprar produtos maduros que já não são prioritários para as outras empresas. Essas marcas, com a gente, voltam a ter foco. Para esses produtos recém-incorporados, a meta é elevar, no mínimo, 20% do faturamento ao ano”, afirmou, conforme sua assessoria.
França ressaltou que a produção ainda será nas fábricas da Sanofi no Brasil. Após três anos de comercialização e com a certificação das linhas de produção da Aspen pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a fabricação deve ser transferida para a unidade em Serra (ES). “É mais fácil crescer no primeiro ano de operação, o mercado está mais estável. Ao longo desse um ano já implementaremos a identidade da Aspen”, salientou o executivo.
Além da aquisição de portfólio de outras companhias, a Aspen planeja investir R$ 50 milhões em cinco anos para aumentar a capacidade produtiva da fábrica de Serra. Dessa forma, conseguirá produzir em solo brasileiro medicamentos que hoje são importados ou fabricados por terceiros.
“A dependência de fora tem que ser menor. Com o dólar nesse patamar os custos ficam muito altos e as margens reduzidas. O plano é que a importação represente menos de 50% do nosso portfólio”, revelou França em entrevista ao Valor.
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Segundo ele, quatro medicamentos que puxam as vendas do laboratório são fabricados fora da Aspen. O anestésico Diprivan é produzido pela Astrazeneca, na Itália. Somente esse produto representa 25% das vendas da companhia no Brasil. Outros medicamentos são feitos no País, mas por terceiros: a Magnésia Bisurada é fabricada na unidade da Pfizer; o Leite de Magnésia Phillips na Natulab; e o fitoterápico Calman, na Mirallys.
“A meta é trazer para dentro de casa pelo menos dois desses quatro medicamentos. Esses produtos representam 68% das nossas vendas no Brasil, não ficaremos tão expostos. E conseguimos manter a meta de crescimento de dois dígitos até 2022, chegando a R$ 750 milhões de faturamento”, revelou França. Para o ano fiscal de 2021, a estimativa da Aspen é chegar à receita de R$ 650 milhões.
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