Visando consolidar sua presença global, a Eurofarma está estudando novos mercados fora do País e almeja gerar receita de até 30% em suas operações externas até 2022, afirma reportagem do Valor.
Essa meta faz parte do projeto de internacionalização da companhia, que poderá ter outros novos movimentos após a aquisição dos ativos da farmacêutica japonesa Takeda, na América Latina.
A vice-presidente da companhia, Maria Del Pilar Muñoz, detalhou o crescimento esperado até 2022 com a negociação:
“A divisão internacional da companhia hoje representa de 15% a 16%, e, com essa aquisição, deve atingir de 20% a 21%. A nossa meta é que em 2022 a operação internacional alcance 30% do nosso faturamento.”
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Ela reconheceu que este é “um objetivo ambicioso” e, para atingi-lo, é importante que a marca continue sua estratégia de aquisições, pois apenas o crescimento orgânico não contribuirá com a meta.
Com isso, a marca também já está considerando ampliar seu portifólio de produtos. Conforme relata a vice-presidente. “Nos países em que atuamos estamos entre as 20 maiores empresas e continuamos abertos a novos negócios. Mas, agora estamos mais focados na aquisição de produtos e linhas de produtos. E, em paralelo, estamos fazendo esse estudo mercadológico”, destacou.
Números da Eurofarma
No ano anterior, a Eurofarma faturou R$ 6,2 bilhões. Esse desempenho representa um crescimento de 16% em relação a 2019.
Até o momento, a companhia usa o caixa próprio nas operações de compras. Segundo a executiva, a empresa é “robusta”, pois não ultrapassa uma alavancagem de 2 a 3 vezes do seu Ebitda.
Entretanto, Maria Del Pilar destaca que a Eurofarma está aberta às novas formas de financiamento para seus próximos negócios.
“A Eurofarma tem uma relação com o mercado muito transparente. E está preparada para fazer escolhas no futuro para financiar as aquisições e pode até fazer IPO”, pontuou.
Takeda e o mercado mexicano
Na aquisição da Takeda, a Eurofarma pagou US$ 161 milhões (cerca de R$ 868 milhões). A vice-presidente afirma que esta é a maior aquisição da companhia, em valor, até agora.
Os ativos dessa negociação foram transferidos à Hypera Pharma, na compra da operação latino-americana de medicamentos isentos de prescrição da japonesa, em março do ano passado. Porém, a Hypera tinha interesse apenas na operação brasileira.
Ao todo, são 12 medicamentos da marca, que somam cerca de US$ 38 milhões (cerca de R$ 205 milhões) em vendas, das quais só o México é responsável por mais de 90% dessa receita.
“No México, sempre foi muito difícil de se encontrar ativos robustos e que estejam à venda. No mercado tem muitas empresas familiares com boa participação e consolidadas. Isso restringe muito a entrada da Eurofarma nesse mercado”, afirmou a vice-presidente.
Maria Del Pilar afirma ainda que o México é um país estratégico para a companhia e há mais de cinco anos já é explorado pela Eurofarma. Ela conclui que com a compra da Takeda, a marca viu a oportunidade de entrar no país.
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