As indústrias farmacêuticas que se dedicaram à pesquisa de vacinas contra o novo coronavírus obtiveram valorizações bilionárias na bolsa de valores de Nova York, revelou o G1. Levantamento da consultoria Economatica mostra que a Novavax, que ainda está em fase de testagem de seu imunizante, lidera os ganhos.
A pesquisa da Economatica teve como base ações e ADRs negociadas na bolsa nova-iroquina e na bolsa eletrônica Nasdaq. Com isso, ficam de fora as chinesas Sinovac e Sinopharm, que têm capital aberto em bolsas asiáticas.
Para o levantamento, o recorte de tempo escolhido foi separado em três pontos: o primeiro é anterior ao momento mais crítico da crise do coronavírus nos mercados (21/2/20) e o último, no fechamento do mercado desta terça-feira (19/1/21). Um ponto de inflexão da curva foi fixado no dia 23 de março do ano passado, pior momento das bolsas na pandemia.
Enquanto os mercados derretiam, a Novavax passou pelo período crítico de fevereiro a março de 2020 com alta de 39%. A empresa, que acumulava, em fevereiro, cerca de US$ 205 milhões em valor de mercado, chegou nesta semana a US$ 8 bilhões.
Ou seja, a Novavax lidera o ranking de melhor retorno ao acionista – acima dos 1.500% desde fevereiro de 2020. O conceito de ‘retorno ao acionista’ soma a valorização das cotas com distribuição de dividendos.
Em testes de fase 3 no Reino Unido, Estados Unidos e México, a vacina da Novavax tem duas doses e usa o método chamado vacina recombinante. A empresa usou engenharia genética para cultivar réplicas inofensivas da proteína que o novo coronavírus usa para entrar nas células do corpo em meio a células de insetos em laboratório. Os cientistas extraíram, purificaram a proteína e a embalaram em nanopartículas do tamanho do vírus.
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Em segundo no ranking do retorno ao acionista, está a Moderna, com alta de 585%. Em valor de mercado, a empresa passou de US$ 6 bilhões para mais de US$ 49 bilhões. A vacina da Moderna é a das mais eficazes à disposição (passa dos 94%), segundo dados divulgados.
Ela é feita com nova tecnologia desenvolvida com apoio do governo dos Estados Unidos, na qual é introduzido um pedaço do código genético do vírus no corpo humano, para que o corpo aprenda a reconhecer o vírus. Dessa forma, se entrar em contato com o vírus ‘de verdade’, ele consegue se defender.
O método é semelhante ao utilizado pela Pfizer, que também teve valorização no período pesquisado pela Economatica. Mas, como outras gigantes do setor, e com portfólio dedicado também a outros produtos, a alta não foi tão expressiva. Parceira de vacina com a alemã Biontech, a Pfizer viu subir 5% sua ações, entre fevereiro do ano passado e janeiro, chegando a US$ 204 bilhões.
No mesmo período pesquisado pela Economatica, a Astrazeneca, que desenvolve vacina em parceria com a Universidade de Oxford, teve alta de 6%, a US$ 133 bilhões. Já a Johnson&Johnson, que faz seu imunizante por meio da subsidiária Janssen e tem uma das fórmulas mais promissoras por necessitar de apenas uma dose, rendeu 11%, e passou a valer US$ 428 bilhões.
Ranking dos maiores retornos aos acionistas
- Novavax – alta de 1.558%
- Moderna – alta de 585%
- Biontech – alta de 223%
- Regeneron Pharmaceuticals – alta de 32,4%
- Johnson&Johnson – alta de 11,5%
- Astrazeneca – alta de 6,7%
- Pfizer – alta de 5,9%
- Sanofi – alta de 3%
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