Com previsão de produzir até 8 milhões de doses por mês, a União Química anunciou que pretende iniciar a produção da vacina russa Sputnik V nesta semana, informou a Agência Reuters. A revelação foi feita pelo diretor de negócios internacionais da empresa, Rogério Rosso, na sexta-feira (8/1).
A empresa deve solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para o uso emergencial do imunizante contra o novo coronavírus. Para isso, é pré-requisito estar em fase 3 de testes no Brasil. O pedido para estudos em humanos no País foi feito à Anvisa em 29 de dezembro e ainda não foi aprovado, apurou o G1.
De acordo com a Anvisa, o pedido ainda não foi aprovado. Em nota, a Agência informou que iniciou a análise, “mas identificou a necessidade de informações complementares, que foram solicitadas ao laboratório”.
Ainda segundo o comunicado, não há solicitação de uso emergencial ou pedido de registro para a vacina Sputnik V na Agência. “Até o momento, a União Química não enviou as informações para a Anvisa. O status atual do pedido é 'aguardando o envio das informações solicitadas na exigência técnica'”.
Uma das parceiras do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) e do Instituto Gamaleia para produção da Sputnik V no Brasil, a União Química informou que as doses contra a Covid-19 vão ser produzidas em sua unidade de biotecnologia em Brasília, a Bthek, e depois fracionadas e envasadas em Guarulhos (SP).
“Nós temos o contrato para sermos o produtor para o Brasil e para toda a América Latina. É evidente que para isso acontecer vai depender da Anvisa autorizar e validar todo o processo e conceder o registro da vacina”, declarou ao Jornal Nacional o presidente da União Química, Fernando Castro Marques, quando houve o anúncio do acordo com a Rússia, em outubro.
Marques deve estar nesta semana na Rússia para obter mais detalhes da fabricação da vacina e do processo de transferência tecnológica. Em entrevista à CNN na sexta-feira, o executivo falou sobre como será a produção do imunizante no Brasil.
“O princípio ativo da vacina será feito em Brasília graças à transferência tecnológica, garantida pelo fundo soberano russo e o Instituto Gamaleia, que detêm os direitos da Sputnik V”, salientou Marques. “O fracionamento da vacina será feito na unidade de Guarulhos, onde temos instalações preparadas para fazer o envase da vacina. Iremos distribuí-la para a população assim que a produção estiver pronta”, concluiu o executivo.
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Sputnik V é a vacina que começou a ser aplicada na Argentina e em Belarus, e foi a primeira a ser registrada no mundo contra a Covid-19, em agosto. Quatro meses depois disso, a Rússia divulgou dados com o resultado final da eficácia da vacina, que ficou em cerca de 91%. Os detalhes dos estudos, no entanto, não foram publicados e revisados por outros cientistas, segundo o G1.
Em 14 de dezembro a Rússia anunciou que mais de 200 mil pessoas já haviam sido vacinadas no país com a Sputnik V, dentro e fora de ensaios clínicos. O governo russo começou a vacinar grupos com alta exposição à Covid-19, como médicos e professores, ao mesmo tempo em que conduzia testes de fase 3 da Sputnik V, o que gerou críticas de especialistas.
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