A empresa de biotecnologia Desert King também está na busca por uma vacina contra o novo coronavírus (Covid-19). Nesse sentido, a companhia está utilizando como princípio ativo uma substância extraída da casca e da madeira de uma árvore nativa do Chile, chamada quilaia. A substância está sendo usada no imunizante que está em desenvolvimento pela indústria farmacêutica americana Novavax.
Recentemente, a companhia anunciou que o antígeno entrou na fase 3 dos testes. Com isso, o potencial imunizante se tornou um entre outros que estão na etapa final de análises em todo o mundo. Segundo a empresa, cerca de 10 mil voluntários com idades entre 18 e 84 anos deverão participar do estudo.
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Para o diretor administrativo da Desert King, Andrés González, as primeiras doses do antígeno deverão ser fabricadas no início de 2021, assim que for concluída a fase final dos testes. No entanto, segundo o portal DW, a companhia enfatiza que não é possível ter uma previsão de quando uma vacinação em massa estará disponível e como sua regularização será efetuada.
A árvore
Popularmente conhecida também por árvore de casca de sabão, a quilaia (Quillaja saponaria) contém em suas cascas, que são cinza e rachadas, compostos chamados saponinas (tensoativos naturais à base de plantas, ou seja, substâncias semelhantes ao sabão) que entrarem em contato com a água, produzem uma espuma estável.
Essas saponinas diminuem a tensão superficial dos líquidos e podem interligar compostos que, normalmente, se repelem, como água e gordura, por exemplo.
Ainda segundo o DW, algumas dessas saponinas têm ainda uma propriedade adicional que pode ser utilizada no desenvolvimento de uma vacina. "A vacinação é composta por dois elementos: o antígeno e o chamado adjuvante", explica González. "O antígeno ativa as defesas do próprio corpo, enquanto o adjuvante transporta o antígeno para as células. Além disso, essa substância aumenta a resposta imunológica do corpo”, complementa.
Por fim, o diretor administrativo ressalta que a Desert King examinou as diferentes propriedades das cerca de 50 saponinas da quilaia e identificou duas substâncias capazes de atuarem como adjuvantes: QS7 e QS21. “Já estamos produzindo quantidades industriais de saponinas de quilaia para Novavax", finalizou González.
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