O laboratório Bristol Myers Squibb expande o portfólio de medicamentos para o coração com a compra da Myokardia, biofarmacêutica norte-americana voltada ao tratamento de doenças cardiovasculares graves. A transação foi anunciada hoje (5/10) por US$ 13 bilhões (R$ 72 bilhões).
De acordo com os analistas do setor, o negócio visa reduzir um pouco a dependência de medicamentos para câncer do laboratório. No ano passado, a Bristol acertou a compra da Celgene por US$ 74 bilhões (R$ 400 bilhões), combinando as duas das maiores produtoras de medicamentos para câncer no mundo e que marcou a maior transação da história da indústria farmacêutica.
Mas alguns carros-chefe dessa faixa sofrem com o aumento da concorrência, como o Revlimid, medicamento contra o câncer mais vendido da empresa e que perderá a exclusividade de patente nos Estados Unidos em 2022, conforme apurou a agência Reuters.
A transação entre Bristol e Myokardia foi aprovada por unanimidade pelos conselhos de administração das duas companhias e está prevista para ser concluída durante até o final do ano. Com o negócio, a Bristol ganha acesso ao mavacamten, uma terapia coronária experimental para o tratamento da cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva (CMH), doença cardíaca crônica com alta morbidade e impacto no paciente.
Essa moléstia, em que o músculo do coração engrossa e obstrui o fluxo de sangue, atinge 200 mil pessoas nos Estados Unidos e Europa, e a estimativa é de que ela possa afetar uma a cada 500 pessoas em todo o mundo. A Myokardia deve enviar um pedido de comercialização do mavacamten às autoridades de saúde norte-americanas no primeiro trimestre de 2021, informou a empresa em comunicado à imprensa.
Segundo a companhia, o mavacamten demonstrou resultados clinicamente significativos nos ensaios clínicos de fase 3, atendendo aos resultados primários e secundários, e mostrou melhorias significativas nos sintomas, estado funcional e qualidade de vida, reduzindo a obstrução do fluxo sanguíneo do coração.
“A Myokardia foi formada oito anos atrás com o objetivo de mudar o mundo para as pessoas com doenças cardiovasculares graves, por meio de uma ciência ousada e inovadora. Desde então, os colaboradores da empresa estabeleceram uma linha incomparável de terapêuticas projetadas para mudar o curso da doença e retornar o coração à função normal”, afirmou o CEO do laboratório, Tassos Gianakakos.
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De acordo com seus diretores, a Bristol espera explorar todo o potencial do mavacamten em indicações adicionais, incluindo a CMH não obstrutiva, bem como desenvolver o pipeline promissor da Myokardia em novos compostos, como duas terapêuticas em estágio clínico – danicamtiv (anteriormente MYK-491) e MYK-224.
“A Bristol compartilha de nossa visão para transformar o tratamento de doenças cardiovasculares. Eles valorizam o potencial da nossa plataforma e, mais importante, compartilham conosco do compromisso inabalável de colocar os pacientes no centro de tudo o que fazemos. Juntos, nossos pontos fortes complementares, mais recursos e alcance irão acelerar ainda mais o ritmo em que podemos descobrir, desenvolver e comercializar novos medicamentos para o benefício das pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares em todo o mundo”, finalizou Gianakakos.
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