A Libbs Farmacêutica está negociando a venda de biossimilares para o Ministério da Saúde. Dois medicamentos biológicos com registros na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão em processo para entregas públicas, e o fornecimento deverá começar ainda neste ano, revelou o Valor Econômico.
Segundo a diretora de relações institucionais da companhia, Márcia Martini Bueno, a Libbs tem o registro da Parceria para Desenvolvimento de Produtos (PDPs) voltado a produtos biológicos que incluem bevacizumabe, rituximabe, trastuzumabe, adalimumabe, palivizumabe e etanercepte.
“Já temos os registros para o rituximabe, o adalimumabe e o trastuzumabe, sendo que os dois primeiros já enviamos, no fim de junho, todos os documentos para o início das vendas para o Sistema Único de Saúde (SUS). Esperamos que até o fim deste ano iniciemos as primeiras vendas”, afirmou Márcia ao Valor.
Usado no tratamento de câncer hematológico, rituximabe é o primeiro biossimilar produzido na fábrica da Biotec, subsidiária da Libbs em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo. Segundo a diretora, o medicamento biológico obteve registro da Anvisa no ano passado e, a partir daí, a companhia iniciou as vendas para o mercado privado.
A unidade tem capacidade para produzir 400 quilos de medicamento por ano, em três espaços de produção. Atualmente, a Biotec opera em somente um e fabrica em torno de 125 quilos apenas do rituximabe. “Ainda não temos nada no setor público, o SUS é o maior comprador. Se não tivéssemos a perspectiva da compra pública da PDP, não teríamos investido tanto”, afirmou Márcia.
De 2013 até agora, segundo a executiva, a Libbs investiu R$ 611 milhões com a construção da fábrica e em todo o processo da PDP, incluindo os estudos clínicos e a transferência de tecnologia. A estimativa, segundo ela, é que, até 2025, sejam gastos mais R$ 350 milhões nas PDPs da companhia. “É importante seguir uma política pública e trazer inovação para o Brasil. O biossimilar reduz preço, aumenta o acesso e se provaram tão seguros e eficazes como os medicamentos originais”, salientou.
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Na visão da diretora da Libbs, o biossimilar contribui de forma significativa para a redução de custos dos fármacos no mercado. Segundo ela, o preço do medicamento de referência do rituximabe teve seu preço reduzido em 22%, considerando todas as apresentações da droga. “Temos três PDPs aptas a comercialização no País. Iniciamos o pedido de registro de mais um ainda neste ano”, revelou ao Valor.
A Libbs já deu a entrada para o pedido de registro para o Bevacizumabe, indicado para tratamento de câncer de pulmão. “O estudo clínico fase 3 já foi encerrado e o medicamento será submetido ao aval da Anvisa nos próximos meses”, informou Márcia. Ela ressaltou que todas as seis PDPs do laboratório têm como parceiro público o Instituto Butantan.
Segundo a executiva, é importante nessa parceira a transferência de tecnologia para o setor público. “Ainda não temos mais fluidez nas aquisições desse tipo de medicamento, poderíamos ter muito mais plataformas como essas. O País precisa ter produção local de fármacos estratégicos, ter plataformas que produzam classes importantes e, acima de tudo, ter absorção de tecnologia”, concluiu.
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