A indústria farmacêutica Pfizer revelou que já está negociando com o Governo brasileiro a chegada de uma possível vacina eficaz contra o novo coronavírus (Covid-19). Segundo o CEO da companhia, Carlos Murillo, a ideia é disponibilizar milhões de unidades da substância imunizante assim que o antígeno for considerado seguro. Contudo, ele esclareceu que muitas doses podem estar disponíveis para os brasileiros ainda em 2020.
"Estamos conversando com os governos pelo mundo e com o Governo brasileiro, especificamente, para informar como está avançando a nossa vacina, a capacidade de produção que temos, e começar as discussões de alocações por países. Dependerá realmente da prevalência, da urgência, da necessidade que cada país terá versus outros”, afirmou o executivo, em entrevista à revista Veja.
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Ele complementou: “E da mesma forma, também dependerá das diferentes opções que tenham caminhado bem ao mesmo tempo para poder tomar as decisões sobre qual é o grupo de pacientes que mais precisa da dose de vacina assim que ela esteja disponível. Nós estamos conversando com o Governo do Brasil para assegurar que uma parte dessas 100 milhões de doses também chegue aos pacientes daqui ainda este ano”, revelou ele.
A vacina
Empenhada em descobrir a vacina, atualmente, a companhia testa quatro compostos em parceria com o laboratório alemão BioNTech. Segundo a Pfizer, sua capacidade de produção para a substância imunizante é de 100 milhões de doses em 2020, com estimativa de 1,2 bilhão em 2021.
Testes clínicos
Atualmente, os testes clínicos do antígeno estão na terceira e penúltima fase. "A companhia está focando em produzir essas doses iniciais em três plantas nossas, nos EUA, e em duas unidades da BioNTech, pois, essas operações já estavam mais preparadas para receber essa nova tecnologia. Para as próximas etapas, nós estamos iniciando as conversas para desenvolver algumas soluções na nossa fábrica no Brasil, trazendo parte dessa nova tecnologia para cá”, destacou o CEO.
Murillo enfatiza: “A vantagem é que o Brasil tem uma boa estrutura para produzir as vacinas nos moldes tradicionais. Temos conversado com o Governo para irmos etapa por etapa, mas esse é um processo que demanda mais tempo", pontua.
Tempo de imunização
Um assunto que ganhou repercussão nos últimos dias está relacionado ao tempo de imunização que a vacina poderá ter contra a doença. Nesse sentido, o CEO explica que a fase 3 poderá revelar se o antígeno terá ação temporária ou em dose única por toda vida. "Isso é o que está se avaliando. Acho que nenhuma das vacinas que estão sendo desenvolvidas tem prazo vitalício. Os testes da fase 3, que nós estamos iniciando, vão nos permitir avaliar isso. Não sei se alguém teria essa resposta hoje", finalizou.
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