A indústria farmacêutica R-Pharm, sediada em Moscou, diz ter obtido licença na Rússia para um medicamento capaz de impedir a replicação do novo coronavírus. Segundo o desenvolvedor, o vírus foi eliminado em 77,5% dos pacientes que tomaram o antiviral.
Batizado de coronavir, ele é um medicamento específico para o tratamento da Covid-19 que se mostrou altamente eficaz na inibição da replicação do novo coronavírus, como revelou o ensaio clínico envolvendo casos leves ou médios da doença, garantiu a empresa em comunicado divulgado pela Agência Reuters.
“O coronavir é um dos primeiros medicamentos da Rússia e do mundo que não enfrenta as complicações causadas pelo SARS-CoV-2, mas combate o próprio vírus”, afirmou o comunicado da indústria.
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Segundo os representantes da R-Pharm, o ensaio mostrou melhora em 55% dos casos no sétimo dia do tratamento, contra 20% daqueles com terapia etiotrópica padrão – ou seja, tratamento da causa e não dos sintomas. No quinto dia da terapia, o novo coronavírus foi eliminado em 77,5% dos pacientes que tomaram o medicamento.
Os testes começaram no final de maio e mais de 110 pacientes receberam o tratamento, conforme revelou o chefe de ensaios clínicos do Instituto Central de Epidemiologia da Rússia, Tatyana Ryzhentsova.
Já o diretor médico da R-Pharm, Mikhail Samsonov, explicou à Reuters que “a prática clínica global e o estudo clínico que realizamos confirmaram que o coronavir interrompe muito mais rapidamente a infecção como resultado de uma obstrução efetiva da replicação do vírus”.
Segundo o G1, o antiviral é um dos produtos da R-Pharm, que afirma estar desenvolvendo uma candidata a vacina contra a Covid-19 e diz ter já um medicamento aprovado pelo Ministério da Saúde russo que atua contra a ‘tempestade de citocinas’ causadas pelo novo coronavírus.
Rússia já testou outros medicamentos inéditos contra Covid-19
O coronavir é mais um medicamento registrado na Rússia para tratar o novo coronavírus. O primeiro, avifavir, é administrado a pacientes desde 11 de junho, segundo a Reuters.
O Ministério da Saúde russo aprovou o uso do avifavir em um processo acelerado enquanto os ensaios clínicos, realizados por um período mais curto e com menos pessoas do que em muitos outros países, ainda estavam em andamento.
Em comunicado divulgado na semana passada, o fundo soberano da Rússia RDIF, que forneceu apoio financeiro ao avifavir, disse que pediu ao Ministério da Saúde que aprove o medicamento para uso por pacientes que tratam o Covid-19 em casa.
Tanto o coronavir quando o avifavir tem como base um antiviral já alvo de estudos – o favipiravir. Ele foi analisado na China e ainda está sendo testado no Japão, e não é comercializado. Em alguns casos, houve alerta de risco de má formação em embriões, revelou o G1.
Tanto o coronavir quanto o avifavir não são comercializados no Brasil. Os responsáveis russos não divulgaram estudos randomizados e revisados por outros cientistas em revistas científicas que comprovem a eficácia dos medicamentos contra a Covid-19.
Segundo dados compilados até o dia 1/7, o número de casos na Rússia superava a casa dos 700 mil, com quase 11 mil mortes.
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