A indústria farmacêutica, Novartis, vai dar início aos estudos clínicos com o medicamento ruxolitinibe no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus (Covid-19) em território nacional. O fármaco é indicado na terapia da mielofibrose intermediária ou de alto risco.
O protocolo para os testes já foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o presidente da subsidiária no Brasil, Renato Carvalho, a análise será realizada em pacientes que estejam em estágios moderado e grave da doença: “Esse medicamento, que é usado em um tipo de câncer, pode impedir que o paciente evolua para uma condição mais grave e necessite de respiradores”, destacou o executivo, em matéria publicada no Valor Econômico.
Carvalho também explicou que os pacientes infectados pelo novo coronavírus apresentam níveis, substancialmente, elevados de citocinas, levando a um estado de hiperinflamação. Nesse sentido, a Novartis reforça que a base para avaliar o ruxolitinibe na ‘tempestade de citocinas’ relacionadas à Covid-19 é justificada por meio de dados já existentes, que demonstram que o fármaco pode reduzir esses efeitos das citocinas pró-inflamatórias em pessoas com mielofibrose.
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias diariamente
Outra situação que a substância apresentou resultados positivos aconteceu em pacientes com uma síndrome hiperinflamatória com perfil de citocina, que também funciona de maneira semelhante ao que acontece em pessoas diagnosticadas com Covid-19. “Essas linhas de evidência sugerem que o ruxolitinibe poderia mitigar os efeitos da tempestade de citocinas derivada do novo coronavírus”, destacou a Novartis.
O estudo
Em território nacional, a iniciativa vai contar com a parceria de sete centros de pesquisa. O estudo randomizado será realizado com 60 pacientes. Além do Brasil, os testes também serão realizados em outros países, como Colômbia, Estados Unidos, Peru, Argentina e México.
Vacina
A Novartis também entrou na corrida, com outras indústrias farmacêuticas de todo o mundo, na busca pelo o desenvolvimento de uma vacina eficaz na prevenção do novo coronavírus. De acordo com Carvalho, a companhia firmou uma parceria com o Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, para oferecer a tecnologia de terapias gênicas para os estudos.
Essa iniciativa aconteceu em função de que a Novartis se desfez da unidade de vacinas já há algum tempo. Por isso, para que fosse possível ingressar no projeto do hospital americano, a companhia forneceu a tecnologia que dispõe. “A unidade de negócios de terapia gênica e esse estudo estão prevendo que essa potencial vacina use essa tecnologia. Estamos ainda nos primeiros passos do projeto, mas acreditamos que [os resultados] poderão ser promissores", afirmou Carvalho, ao Valor Econômico.
Participe também: Grupo de WhatsApp e telegram para receber notícias farmacêuticas diariamente
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.