Enquanto governos e organizações multilaterais discutem as melhores soluções para a retomada da economia sem comprometer a saúde de milhões de pessoas com a pandemia do novo coronavírus, empresas vêm adotando novas práticas que visam dar aos colaboradores meios para desenvolver sua atividade da forma mais segura possível.
Na indústria farmacêutica, muitos laboratórios estão aplicando novas regras para seus colaboradores. A GlaxoSmithKline estabeleceu um comitê de crise e passou a realizar conversas presenciais com a presidência e um time de médicos para informar os empregados sobre os desdobramentos do Covid-19, segundo revelou à Folha de S. Paulo.
Já a Pfizer informa que cancelou viagens e a Takeda adotou o home office, cancelou viagens nacionais e internacionais e flexibilizou o horário de trabalho, para evitar horários de pico no transporte público. A Brainfarma, do grupo Hypera Pharma, tem adotado o controle de temperatura dos funcionários, na entrada e no horário das refeições, além de intensificar o uso de máscaras e álcool em gel, reforçando ainda o distanciamento social, como destacou o Portal 6.
O laboratório Aché, por sua vez, aderiu ao movimento empresarial #NãoDemita, comprometendo-se a não dispensar nenhum colaborador durante a campanha. Criado por empresários, o movimento convoca empresas e parceiros a manter seus quadros de funcionários enquanto enfrentam os impactos da crise gerada pela pandemia no Brasil. Cerca de 4 mil companhias aderiram ao movimento iniciado em 4 de abril e que vale até 31 de maio. Segundo os organizadores, perto dois milhões de empregos podem ser salvos com a proposta.
Some-se a essa iniciativa outras ações voltadas à cidadania adotadas pelo Aché, que afirma ter destinado mais de R$ 5 milhões para apoio à pesquisa e prevenção do novo coronavírus. Entre elas, a doação de frascos de álcool em gel e de equipamentos de proteção individual (EPIs), além de medicamentos para comunidades carentes e instituições. A empresa também fornece apoio financeiro à pesquisa da Coalizão Covid Brasil, grupo formado por renomados hospitais que atuam, em parceria com o Ministério da Saúde, na realização de pesquisas para avaliar a eficácia e a segurança de diversos medicamentos em pacientes com infecção pela Covid-19.
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Atenção ao bem-estar dos colaboradores
Levantamento realizado pela diretora da divisão de recrutamento da Talenses, Isis Borge, publicado na revista Você S.A., revela ações rotineiras que foram alteradas pelas companhias brasileiras no sentido de oferecer mais segurança aos trabalhadores. Coisas aparentemente simples, como substituir os tradicionais bandejões por refeições individuais, distribuir álcool em gel para os funcionários ou implementar horários alternativos de entradas e saídas para evitar aglomeração de pessoas. Até combater fake news faz parte do pacote.
“Em determinados setores considerados essenciais, muitas pessoas ainda saem de suas casas para trabalhar. Nesse cenário, os desafios são enormes e é importante que as empresas pensem em como suportar seus colaboradores a trabalharem da forma mais segura possível”, disse Isis.
A diretora de recrutamento compilou uma série de medidas que estão sendo implementadas por algumas empresas. Nas fábricas, além da substituição do bandejão, os horários de almoço passaram a ser divididos por departamentos, visando evitar aglomerações nos refeitórios. O sistema de escalas passou a valer, inclusive, para os vestiários quando os funcionários precisam se trocar no trabalho para exercer suas funções.
De acordo com a sondagem de Isis Borge, as empresas têm incentivado grupos menores de colaboradores no meio do ambiente de trabalho com o objetivo de respeitar o distanciamento recomendado de dois metros entre as pessoas. Reuniões e eventos responsáveis por concentrar pessoas em ambientes fechados foram proibidos na maioria das firmas, que hoje contam com plataformas tecnológicas para que isso continue acontecendo, mas de forma virtual.
Até mesmo a rota dos veículos fretados foram alteradas, para que o trabalhador evite transitar por vias com grandes aglomerações e passe a esperar o ônibus o mais perto possível de sua residência ou do trabalho. Já as viagens nacionais e internacionais a trabalho estão suspensas na maior parte das empresas.
Ações voltadas à higiene e proteção à saúde também foram revistas ou acrescentadas. Algumas empresas passaram a adotar sistemas eletrônicos que monitoram a temperatura corpórea dos colaboradores. Além do álcool em gel, também são disponibilizados aos colaboradores máscaras, luvas e o que mais for possível observadas as características de cada trabalho.
Isis registrou que determinadas companhias passaram a disponibilizar campanhas de vacinação da gripe (H1N1) na casa dos colaboradores, com horário agendado. Também observou ações voltadas ao suporte psicológico aos colaboradores. Esse tipo de atitude tem valido tanto para quem segue presente fisicamente na empresa quanto para quem está em home office. O estímulo aos exercícios físicos sem aparelhos, aulas de meditação ou mesmo continuar com o horário do café em grupo com o apoio de ferramentas virtuais também são incentivados.
Por fim, a comunicação não foi deixada de lado, em particular a preocupação com a disseminação de fake news. “Nesse sentido, várias empresas hoje atualizam diariamente o time com e-mails e vídeos sobre o cenário atual, bem como medidas e diretrizes da própria organização”, afirmou Isis Borge.
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