Na quinta-feira (07/05), o Ministério da Saúde do Japão também autorizou a utilização do antiviral Remdesivir, desenvolvido pela companhia farmacêutica americana Gilead Sciences, para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus (Covid-19). A medida aconteceu logo após a Food and Drug Administration (FDA) liberar a utilização do medicamento nos Estados Unidos, em caráter emergencial, no tratamento dos casos graves da doença.
Vale destacar que, no Brasil, o Remdesivir ainda não tem registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com o órgão sanitário, até 08 de maio de 2020, não chegou nenhuma solicitação à Agência reguladora, solicitando a autorização para o medicamento em território nacional.
O estudo
Apesar de ter sido desenvolvido, inicialmente, para tratar pacientes com febre hemorrágica ebola, o fármaco nunca havia sido aprovado para o tratamento de nenhuma doença grave, antes da Covid-19. A iniciativa de utilizar o produto no combate ao novo coronavírus surgiu após uma pesquisa divulgada pelo National Institute for Allergy and Infectious Diseases (NIAID) afirmar que o Remdesivir foi capaz de reduzir o tempo de recuperação de pacientes infectados pelo vírus em até quatro dias. Contudo, o estudo não encontrou diferença estatística significativa em relação à taxa de mortalidade.
Na análise, metade dos pacientes tomaram o medicamento e a outra parte um placebo, no caso das pessoas que fizeram uso do Remdesivir, o fármaco diminuiu em 31% o tempo médio de internação, ou seja, de 15 para 11 dias. Fato que poderá ajudar a desafogar os sistemas de saúde em todo o mundo, caso resultados definitivos e conclusivos comprovem a real eficácia da substância.
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Segundo o G1, essa foi a primeira terapia que conseguiu demonstrar alguma eficácia contra o novo coronavírus, por meio de um ensaio clínico significativo. Contudo, especialistas alertam que ainda é cedo para considerar o Remdesivir como uma possível alternativa para o tratamento de pacientes infectados.
“Ele está sendo liberado mais por causa da urgência do que por evidências concretas de sua eficácia”, alerta o consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Renato Grinbaum, em entrevista publicada no portal Saúde, da editora abril.
Japão quer aprovar outros medicamentos
Segundo o porta-voz do Japão, Yoshihide Suga, além do Remdesivir, o país planeja aprovar outro medicamento antiviral, ainda em maio de 2020, para o tratamento da Covid-19. O fármaco é o Avigan, que foi liberado, em 2014, para tratar casos graves de pacientes com influenza. Contudo, devido aos efeitos colaterais que podem ser graves, especialmente, em gestantes, a substância só pode ser distribuída e fabricada com autorização do Governo japonês.
Para agilizar a comprovação sobre a possível eficácia do medicamento na terapia de pacientes infectados pelo novo coronavírus, muitos ensaios clínicos já estão em andamento com o Avigan em diversos países do mundo. As pesquisas começaram após testes iniciais, realizados na China, terem obtido resultados positivos, ainda que preliminares.
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