Por meio de uma parceira, o Hospital Sírio-Libanês e o Laboratório Aché iniciarão testes para avaliar os impactos do medicamento dexametasona em pacientes que estão internados em estado grave, fazendo uso de ventilação mecânica em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), devido à infecção pelo novo coronavírus (Covid-19).
A substância dexametasona é um medicamento que pertencente à classe dos corticoides. O produto é indicado para o tratamento de alergias e inflamações e para o tratamento de sintomas de vários tipos de doenças, como problemas reumáticos e artríticos, de pele, nos olhos, glandulares, pulmonares, sanguíneos e gastrintestinais.
De acordo com informação divulgada no jornal Valor Econômico, a pesquisa foi motivada porque, anteriormente, o corticoide já teria ajudado a diminuir o tempo de duração do uso da ventilação mecânica em pacientes internados com síndrome de desconforto respiratório agudo. No entanto, essa será a primeira vez que estudos serão feitos para verificar a eficácia da substância em pacientes com a Covid-19.
“Já existem pesquisas com a medicação para essa síndrome, mas não provocadas por Covid-19. A ideia é verificar até que ponto o uso dessa medicação pode ajudar a melhorar a síndrome e retirar os pacientes o mais rápido da UTI”, explicou o diretor médico do Aché, Stevin Zung, em entrevista ao veículo.
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Para a iniciativa, a empresa farmacêutica vai fornecer 2,5 mil ampolas da medicação para serem utilizadas nas pesquisas clínicas. Nessa fase, o estudo deverá avaliar 300 pacientes. De acordo com o médico e superintendente de ensino e pesquisa do Sírio-Libanês, Luciano Cesar Pontes de Azevedo, a ação contará com o auxílio de outras entidades e hospitais como: Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa de São Paulo. Além disso, terá o apoio da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet) e do Ministério da Saúde (MS).
“Os primeiros resultados devem sair no final de maio de 2020. Estamos na fase de recrutamento de pacientes. Como hoje existem muitas pessoas nessas condições, acreditamos que ao final dessa semana já teremos os primeiros habilitados”, destacou Azevedo, ao Valor.
O médico ainda explica que muitos pacientes que vão participar da iniciativa já estão tomando outra medicação: “Todos os pacientes que farão parte das pesquisas também já utilizam a hidroxicloroquina no tratamento, por isso, podemos fazer esse grupo de controle. Se o paciente que estiver utilizando o corticoide sair mais rapidamente do respirador, poderemos saber que esse tratamento funciona”.
Por fim, o diretor do Aché complementa, ressaltando que, além de fornecer o medicamento, também administra a logística do estudo, junto aos centros de pesquisa, públicos e privados, em todo o território nacional: “A dexametasona é um dos principais medicamentos do portfólio do Aché e é administrado em ambiente hospitalar e em UTI. Não é vendido em farmácia”, encerrou.
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