Após a cannabis ter se tornado um importante componente na elaboração de medicamentos em diversos países no mundo, chegando a fazer parte de uma indústria regulamentada e multibilionária na América do Norte, muitos empresários estão de olho em novas possibilidades de substâncias que poderão ser utilizadas na produção de novos produtos, desta vez, as drogas alucinógenas estão no epicentro das grandes apostas para o mercado farmacêutico.
Nesse sentido, o jurado do reality show Shark Tank, Kevin O'Leary, e o cofundador da Canopy Growth, maior empresa de cannabis do mundo, Bruce Linton, se juntaram à startup, Mind Med, empresa que visa utilizar e descobrir compostos alucinógenos, como cogumelos ou LSD, com a finalidade de implementar tratamentos para vários tipos de doenças, como a depressão e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
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Ao sair da Canopy Growth, em 2019, Linton ingressou na Mind Med. Já O’Leary entrou para a empresa como investidor. Com isso, a startup comprou outras empresas semelhantes para o grupo, que agora somam esforços para popularizar o uso dos alucinógenos para fins medicinais. Para isso, a companhia já possui alguns ensaios clínicos, incluindo um estudo de fase II, realizado na Europa, que visa explorar os impactos que o LSD pode causar em adultos que sofram de TDAH.
No entanto, de acordo com Linton, a ideia de que um medicamento que não foi liberado possa ser regulamentado e visto como uma alternativa terapêutica viável ainda está longe de ser alcançada. "Eles são chamados de psicodélicos [alucinógenos] ou psicoativos porque, na verdade, têm um efeito neural", disse ele ao Yahoo Finanças. "Mas ainda não passaram por um protocolo para determinar quais indicações podem ser mais eficazes na medicação, qual dose e quais métodos".
Apesar disso, eles apostam que a startup será uma pioneira no uso de alucinógenos para fins medicinais. Por isso, Linton ressaltou que não vê a Mind Med como uma empresa tradicional de biotecnologia. "Eu diria que estão um pouco desconectados da biotecnologia tradicional porque eles inventam a molécula e se perguntam se ela funcionará", disse ele. "Nós sabemos que funciona", completou.
Outros estudos
Não é apenas a Mind Med que visa implementar o uso de alucinógenos em diversas terapias. Em novembro de 2019, a renomada Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, investiu US$ 17 milhões (equivalente a R$ 70 milhões) na inauguração do maior centro de estudos sobre o assunto no mundo, inteiramente dedicado às pesquisas desses tipos de substância.
São muitos os estudos desenvolvidos no local sobre esses produtos, entre alguns deles estão pesquisas sobre o uso de cogumelos para os tratamentos de depressão, dependência de tabaco e cocaína; LSD para angústia e alcoolismo e ayahuasca para ansiedade e transtorno de estreasse pós-traumático.
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