Segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), para esse ano, os indicadores apontam para um crescimento significativo. "Somos o último setor a entrar em uma crise econômica e o primeiro a sair dela", comenta o presidente do órgão, Nelson Mussolini (foto), em entrevista ao site UOL.
Um levantamento da Sindusfarma ainda mostrou que, em 2019, apenas no varejo, o setor farmacêutico encerrou as vendas em R$ 69 bilhões, com alta de 10% em relação ao ano anterior, dentro do segmento. Somando ao faturamento de produtos hospitalares e compras governamentais, os números chegam a R$ 85 bilhões.
Entretanto, de acordo com Mussolini, o maior problema no último ano foi a alta do dólar: “A gente projetava uma média de R$ 3,70, mas chegou a R$ 4,20. Isso afeta a rentabilidade do setor (que é importador de princípios ativos para a produção de medicamentos)”.
O executivo explica que os maiores desafios do setor é a abertura de mercado. Segundo ele, há muitos medicamentos com preços controlados pelo governo. "Não há necessidade de controle de valores quando há um número muito grande de genéricos. O melhor controle é o mercado", ressalta.
Já em relação à indústria, Mussolini comenta que há potencial de crescimento. Entretanto, lembra que incentivos são necessários: “A indústria tem muita disposição para discutir inovação incremental, mas é preciso incentivar para que isso aconteça. O controle de preços é uma forte barreira. Para março, a expectativa é de que o governo libere um aumento de 2% nos preços dos medicamentos. Isso afetará a rentabilidade do setor”.
O presidente da Sindusfarma também ressaltou a importância significativa da reforma da Previdência, mas explicou que outras medidas são essenciais para o crescimento do setor. "As reformas tributária e administrativa são a grande bala de prata", disse.
Crescimento com a regulamentação da cannabis
Segundo a consultoria New Frontier Data, apenas nos três primeiros anos de vendas legais, o setor de medicamentos à base de cannabis pode faturar R$ 4,7 milhões em território nacional. Já em relação à estimativa de arrecadação de impostos, que impulsiona o crescimento no Brasil, o valor ultrapassa R$ 1 bilhão por ano.
Segundo o relatório, o levantamento mostrou que o País pode se tornar o principal player da América Latina, por meio de uma arrecadação de US$ 2,4 bilhões (R$ 10 bilhões) com os medicamentos produzidos com a erva.
Apesar das estimativas, o presidente do Sindusfarma não se mostrou tão otimista. Ao UOL, ele revelou que, particularmente, não acredita que produtos à base de cannabis sativa se tornem campeões de venda no mercado brasileiro.
Leia mais sobre as projeções do mercado farmacêutico na matéria publicada no Portal do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, intitulada As tendências para as farmácias em 2020 (leia matéria completa aqui).
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