A partir de janeiro de 2020, os funcionários latino-americanos, inclusive os brasileiros, que trabalham na Sanofi, empresa francesa que é uma das maiores indústrias farmacêuticas do mundo, terão direito à licença-maternidade e paternidade de seis meses. A medida é válida para todos os pais de filhos biológicos ou adotivos.
Ao todo, a nova política da gigante farmacêutica irá beneficiar 7.900 trabalhadores. Além da novidade, que não faz distinção de gênero e promove a ideia de direitos iguais, a iniciativa tem um viés inclusivo, pois é voltada, também, para casais membros da comunidade LGBTQI+.
No Brasil, os pais e parceiros poderão optar por quatro formas de licença-parental: cinco ou vinte dias, quatro ou seis meses.
Licença-paternidade estendida no Brasil
De acordo com um estudo intitulado O clico de vida do gap de gêneros, divulgado em setembro de 2018, pela empresa americana de consultoria, Oliver Wyman, o Brasil aparece na 90º posição, em um ranking que aponta a desigualdade entre gêneros, com a participação de 144 países.
Já de acordo com uma pesquisa divulgada, em 2017, no Fórum Econômico Mundial, entre as principais mudanças propostas para modificar o cenário desigual entre os gêneros no mercado corporativo está a licença-paternidade estendida.
"Ela criaria uma ligação maior entre os pais e as crianças desde o início, geraria maior conscientização sobre os desafios da criação dos filhos e contribuiria para uma cultura em que mulheres e homens dividiriam as responsabilidades familiares de forma justa", explica o estudo.
Para a sócia da BMA Advogados, Cibelle Linero, a ampliação do direito resolveria, inclusive, questões sobre diferenças de salários entre homens e mulheres. “Para resolver a questão de que as mulheres não chegam aos cargos de liderança, um dos caminhos é repensar o papel do homem. Se eles ficassem mais tempo em casa durante a licença-maternidade, teriam outro papel, e ambos sentiriam o impacto de ter filhos em suas carreiras”, defende ela, em entrevista à revista Glamour.
Outras iniciativas da Sanofi
Vale ressaltar ainda que, a Sanofi tem apoiado várias iniciativas de valorização da diversidade no Brasil e no mundo. A empresa foi, inclusive, a única farmacêutica contemplada com o Selo Pró-equidade de Gênero e Raça, do governo federal, em 2015.
Além disso, também é membro do Movimento Mulher 360, iniciativa que reúne entidades interessadas em contribuir para o empoderamento econômico da mulher brasileira em uma visão 360 graus, por meio do fomento, da sistematização e da difusão de avanços nas políticas e nas práticas empresariais.
Em outubro de 2019, a multinacional reafirmou seu comprometimento com o engajamento e a promoção da diversidade e a inclusão em seu ambiente de trabalho, por meio de uma assinatura de compromisso com a Organização das Nações Unidas (ONU).
No Brasil, a empresa realizou uma agenda para sensibilizar os funcionários sobre temáticas inclusivas, com palestras sobre gênero, etnia, pessoas LGBTQI+ e pessoas com deficiência (PCD).
De acordo com a Sanofi, os temas são alinhados com a estratégia de Diversidade & Inclusão desenvolvida pelo Comitê de Diversidade da empresa, grupo formado por membros da diretoria e colaboradores voluntários que se identifiquem com os assuntos.