A EMS irá construir uma fábrica de medicamentos injetáveis oncológicos em Hortolândia, na região de Campinas, São Paulo. O novo empreendimento foi possível graças ao repasse de recursos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que liberou R$ 47,8 milhões para a construção da nova unidade da indústria farmacêutica.
O valor representa 80% do investimento total de R$ 59,8 milhões. "A nova planta permitirá a conclusão, pela EMS, do desenvolvimento de medicamentos contra o câncer. Além do aumento da oferta deste tipo de tratamento no País, há possibilidade de sua disponibilização pelo sistema público de saúde, o que ampliaria ainda mais o acesso a terapias oncológicas pela população", explica o banco em nota à imprensa.
O empreendimento, que deverá ocupar uma área de 2 mil metros quadrados, prevê uma produção anual de 300 unidades de medicamentos. No entanto, antes dos produtos serem destinados ao mercado, serão produzidos lotes-piloto para testes exigidos pela regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Sobre a liberação do recurso, o BNDES destaca os excelentes números da indústria farmacêutica no Brasil. Com base nos dados do Sindicato das Indústrias do Mercado Farmacêutico (Sindusfarma), o setor lucrou R$ 75 bilhões em 2018.
Considerando o período entre 2015 e 2018, o crescimento da indústria foi de 8,55% ao ano, superando, inclusive, a alta anual do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB), que foi de 3,3% na mesma data.
Medicamentos oncológicos no Brasil
Os medicamentos oncológicos são caracterizados por reunir produtos de maior valor agregado, por isso, são identificados pelos preços elevados.
Ainda de acordo com números do Sindusfarma, em 2017, os medicamentos oncológicos responderam por 14,6% do faturamento total do mercado farmacêutico, mas representaram apenas 0,4% no volume de vendas no mesmo ano.
História da EMS
Fundada na década de 1950, no ABC paulista, a EMS, que pertence ao Grupo NC, emprega, atualmente, cinco mil trabalhadores. A indústria tem destaque no setor farmacêutico por ser pioneira na fabricação de medicamentos genéricos.
Vale ressaltar que, atualmente, a EMS já tem um complexo industrial em Hortolândia (SP). Inaugurada em 2002, a fábrica conta com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, que é considerado um dos maiores e mais modernos do segmento na América Latina.
Em suas diretrizes, a empresa destaca que, em meio século de história, segue firme em seu objetivo: cuidar das pessoas e oferecer a elas medicamentos de qualidade.
Em 2019, a empresa tentou dar um mais um passo importante na sua história, ao arriscar a compra da famosa família dos medicamentos Buscopan e Buscofem, que fazia parte do portfólio da companhia farmacêutica Boehringer Ingelheim, e movimentam cerca de R$ 300 milhões por ano no Brasil.
No entanto, acabou perdendo a disputa para a Hypera, que comprou a produção dos medicamentos por um valor de R$ 1,3 bilhão. De acordo com informações da imprensa, a EMS chegou a oferecer R$ 1,5 bilhão, mas perdeu a queda de braço por condicionar o negócio a ´ajustes no contrato´. (leia a matéria sobre o tema aqui)