A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o AJOVY (fremanezumabe), medicamento preventivo de enxaqueca em adultos que sentem os sintomas da doença ao menos quatro dias por mês. No varejo, o produto, da Teva Farmacêutica Ltda, deve estar disponível para comercialização no primeiro semestre de 2020.
O medicamento, que possui apresentação de uma seringa pré-preenchida de 225mg/1,5ml de uso único, tem duas opções de doses: 225mg mensal, administrado em uma única aplicação subcutânea; ou 675mg a cada três meses, em sistema de três injeções subcutâneas.
Para comprovar a eficácia do AJOVY, o medicamento foi submetido a estudos clínicos de fase III, controlados com placebo, que envolveram pacientes com enxaqueca incapacitante que utilizavam ou não outros tratamentos preventivos orais. A análise durou 12 semanas e muitas pessoas apresentaram redução nas crises mensais de dores de cabeça.
O AJOVY é um anticorpo monoclonal humanizado que se liga ao CGRP (peptídeo relacionado ao gene da calcitonina), um composto químico que está envolvido com a ativação da enxaqueca e a duração da dor, impedindo sua ligação com o seu receptor.
"A aprovação de AJOVY pela Anvisa reforça o compromisso da empresa em oferecer aos pacientes no Brasil tratamentos inovadores para doenças neurológicas. O medicamento é mais um aliado no tratamento da enxaqueca, e pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida de tantos brasileiros que são acometidos pela doença, muitas vezes, negligenciada", destaca a gerente geral da Teva no Brasil, Cristiane Giordano.
Brasileiros que sofrem com enxaqueca
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca atinge cerca de um bilhão de pessoas no mundo. No Brasil, os números apontam que 5% da população sofrem com o problema de forma crônica, ou seja, durante toda a vida, com crises que acontecem, ao menos, 15 dias por mês ou mais.
São cerca de 30 milhões de brasileiros que se queixam de dores todos os meses. Ainda segundo o relatório, as mulheres são três vezes mais acometidas do que os homens.
Vale ressaltar que, além do alto índice de pacientes que sofrem com as dores, a agência especializada em saúde considera a enxaqueca a sexta doença mais incapacitante do mundo, pois pode vir acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz, ao som e aos odores. Outros sintomas são as cefaleias recorrentes e pulsantes, típicas da enfermidade.
A causa e os gatilhos da doença neurológica não são totalmente compreendidos. A enxaqueca pode causar outros sintomas variados de acordo com cada paciente. No entanto, se sabe que o peptídeo relacionado com o gene de calcitonina (CGRP) tem um papel importante no ciclo da enfermidade.