O que a indústria de medicamentos busca no candidato farmacêutico

O que a indústria de medicamentos busca no candidato farmacêutico

Em sua participação durante a live realizada pelo ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, realizada no início de junho, o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Cimed, Júlio Umberto Rossi, destacou a importância da especialização para os farmacêuticos que desejam seguir carreira na indústria. Ele apontou também a decisão que o profissional precisa tomar para se tornar gestor nesse segmento.

De acordo com Rossi, a indústria farmacêutica oferece uma abrangência grande de carreiras, com muitos setores para trabalhar. Mas para isso o farmacêutico iniciante nesse segmento tem que estar capacitado em termos acadêmicos. “A indústria quer o profissional bem preparado intelectualmente, com destaque para quem é pós-graduado, tem mestrado ou doutorado”, diz, ressaltando que isso acontece especialmente na área técnica.

“Meu departamento valoriza muito a questão acadêmica, com especial destaque para a iniciação científica. Por exemplo, quando estudante se o farmacêutico dava monitoria e vivenciava as rotinas e o desenvolvimento de produtos no laboratório da faculdade, se tinha interesse na parte de química orgânica e inorgânica. Em uma entrevista de emprego, ele mostra um diferencial que é levado em consideração na contratação”, assinala Rossi.

Quem tem a ambição de seguir carreira na indústria deve antes analisar o seu perfil, pondera o executivo. “É preciso se autoavaliar, analisar o que gosta de fazer, com o que se identifica na carreira. Deve se questionar: gosto da parte de legislação? Se a resposta for sim, então deve se encaminhar para assuntos regulatórios. Se prefiro farmacotécnica, então o foco é se voltar para a área de desenvolvimento de produtos. Com essas definições, ele deve se preparar intelectualmente para poder assumir um cargo na indústria que vai exigir muito dele”, ensina.

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O diretor da Cimed aponta que, atualmente, existem muitos nichos na área analítica, que foi a que mais evoluiu na indústria farmacêutica, tanto nos aspectos regulatórios quanto tecnicamente. Isso ampliou o leque de atuação para o farmacêutico. Mas para entrar nesse segmento o profissional tem que estar preparado. “Se não tiver uma especialização ele não consegue entrar nessa área. Polimorfismo, cristalografia, termogravimetria, entre outros, são temas para profissionais de nível de mestrado e doutorado. A parte da química orgânica, se o farmacêutico não tiver uma especialização dificilmente ele conseguirá desenvolver um bom trabalho. É o mundo acadêmico indo para dentro da indústria”, assinala.

Júlio Rossi ingressou há 21 anos na indústria farmacêutica. Na época, ainda iniciava a faculdade de Farmácia. Entrou na expedição, como auxiliar, passou para a área produtiva, técnica, até chegar ao posto de direção. Desde 2005 atua na área de desenvolvimento de produtos. “Há muitos farmacêuticos no setor de logística atualmente, mas na época que eu comecei não era comum. A maioria já vem formada atualmente. As coisas mudaram muito nos últimos anos”, diz, enfatizando que a indústria farmacêutica está ávida por bons profissionais e oferece sempre muitas oportunidades. “O setor passa por um bom momento, tem crescido bastante, há uma evolução técnica e regulatória em marcha que é muito rica”.

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Estágio é o caminho para acessar a indústria

De acordo com Rossi, a porta de entrada padrão para a indústria farmacêutica nacional é o estágio. A partir daí, o profissional vai encaminhando a carreira segundo suas aptidões e interesses. “A farmacotécnica é abrangente. Um dos segmentos é o desenvolvimento do portfólio no que tange a melhorias de processos, pós-registro, inclusões de fabricante, enfim, ter a carteira saudável nos aspectos regulatório e de produtividade. A indústria vive de vender medicamentos. Então, os custos tem que compatibilizar qualidade e ser acessíveis, de forma que se consiga brigar pelo peço na ponta da linha. Já na divisão de desenvolvimento de novos produtos é aonde acontece a pesquisa propriamente dita, de onde saem as inovações”, salienta.

Outro aspecto relevante para o farmacêutico analisar, segundo o diretor da Cimed, é acerca das suas propensões naturais, se mais técnico ou com perfil de liderança. “Na minha área, com duas vertentes bem distintas – desenvolvimento analítico e de produto – o profissional chega como estagiário, passa para analista júnior, pleno, até sênior. Chega em um ponto que ele precisa definir para onde quer seguir. Se não tem perfil de gestor, então se tornará um especialista, uma referência no setor, deve focar nisso. Caso tenha interesse na área de gestão, então terá que se preparar para isso”, explica Rossi.

A transição para o campo da liderança não é tão simples. “Acaba sendo complicada porque temos um profissional eminentemente técnico”, diz o diretor da Cimed, lembrando de outro ponto fundamental. “Tem que sair desse perfil, virar gestor, mas não pode perder a característica inicial, porque vai gerir pessoas e tratar de assuntos e negócios técnicos. A transição não é fácil também porque passa a ter que mostrar resultado não apenas do seu trabalho, mas de uma equipe toda”.

Para superar esses desafios nas equipes que dirigiu, Rossi lembra que usou a tática de orientador. “Como eu conhecia a parte técnica, indicava para o analista os caminhos que ele poderia seguir para obter os resultados esperados, que encurtariam o desenvolvimento de produto. Dava exemplos, acompanhava com ele lotes pilotos. Claro que sempre respeitando o lado profissional, uma vez que falamos com um corpo técnico preparado”, diz.

Outro aspecto que envolve o aprendizado em liderança. “Existe o líder nato, aquele que pode chegar aos postos de comando com mais facilidade. Mas dispomos hoje de muitas ferramentas para liderança – coaching, mentoring –, que permitem desenvolver habilidades que talvez não seja tão latente no farmacêutico. Busquei ferramentas nesse sentido. Fiz uma pós-graduação em gestão de projetos e outra de pessoas. Foi muito útil”, afirma Rossi, completando que é preciso querer isso genuinamente.

“Deixar de ser técnico e passar a gerir projetos, pessoas e depois o próprio negócio da empresa, precisa se dedicar. Acredito que se possa desenvolver esse crescimento vertical ao longo da carreira profissional, mas tem que abrir os horizontes”, salienta. “Você é protagonista da sua vida, quem determina aonde sua carreira vai chegar. Ficar se lamentando que não sai do lugar não adianta nada. Tem que correr atrás, buscar se aprimorar, assumir responsabilidades. Aprender que caminhos pode seguir”, conclui Rossi.

Assista ao vídeo da transmissão da live do ICTQ:

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