Coronavírus: Vacinas negadas para farmacêuticos do CE, MA e GO

Coronavírus: Vacinas negadas para farmacêuticos do CE, MA e GO

O sistema público do Ceará, Maranhão e Goiás negou a aplicação de vacinas contra a gripe aos farmacêuticos. Após receber série de denúncias e reclamações de profissionais relatando que em seus municípios não têm sido oferecida a vacina, o Conselho Regional de Farmácia do Ceará (CRF-CE) requisitou à Secretaria de Saúde do Ceará (SESA) e às secretarias de saúde municipais do Estado a imunização de todos os farmacêuticos.

“Ao iniciar a campanha de vacinação, recebemos denúncias de alguns colegas de que estariam tendo dificuldades em conseguirem se vacinar. Nesse sentido, acionei à Promotoria de Saúde Pública do Ceará, e o CRF-CE, em ato de defesa da segurança da saúde dos colegas farmacêuticos, enviou ofício com o objetivo de resguardar o direito dos profissionais farmacêuticos cearenses”, afirma o conselheiro federal pelo Ceará, Egberto Feitosa. Até o momento, após envio do ofício à SESA, não temos mais notícias de que algum farmacêutico tenha tido o seu direito negado. É importante salientar que continuamos vigilantes para garantir o direito dos colegas em todo o Estado”, completa.

Por serem profissionais de saúde – como registra a Resolução 287/98, do Conselho Nacional de Saúde – que estão na linha de frente no combate à Covid-19, os farmacêuticos estão mais expostos à contaminação não apenas do coronavírus, mas do conjunto de vírus relacionado à influenza.

Comumente conhecida como gripe, a influenza é uma infecção do sistema respiratório cuja principal complicação são as pneumonias, responsáveis por um grande número de internações hospitalares no País. Em um momento como o atual, com pressão sobre os serviços de saúde, a imunização contra a gripe torna-se ainda mais relevante, sobretudo para os profissionais sujeitos ao contato direto com pacientes infectados.

Considerando a situação de pandemia da Covid-19 declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e do estado de calamidade pública declarado no Brasil, o CRF-CE chama a atenção das autoridades sanitárias para providências imediatas quanto ao fornecimento da vacina.

Levando em conta que o farmacêutico compõe, juntamente com os demais profissionais de saúde, uma equipe multidisciplinar e tem posição estratégica no enfrentamento da Covid-19, é importante que ele esteja saudável para atendimento à demanda dos pacientes.

Segundo o CRF-CE, o farmacêutico é quem está presente nos principais locais em que o cidadão busca seus medicamentos, muitos deles de uso contínuo, o que implica no contato constante e direto com pacientes crônicos, boa parte deles com risco aumentado diante da Covid-19.

“Diante desse cenário, requeremos aos secretários de saúde municipais do Estado do Ceará a imunização de todos os farmacêuticos, pois estão em contato direto com o cidadão e realizando seus relevantes serviços à comunidade, bem como na linha de frente no combate à pandemia da Covid-19”, diz o ofício do CRF-CE.

Maranhão também teve recusa

A farmacêutica Keyty Santos, que atua em uma rede de drogarias de São Luís, afirma que teve dificuldades para conseguir se vacinar contra a influenza no município. “Meu colega de trabalho me alertou que não havia conseguido se vacinar, pois lhe informaram que estavam aplicando apenas para profissionais de saúde ligados a hospitais, que farmacêuticos não eram prioridade. Eu fui ao posto de vacinação e me disseram a mesma coisa. Diante da minha insistência, acabaram cedendo e fui vacinada”.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), a campanha de vacinação foi suspensa em São Luís após a grande procura no primeiro dia de imunização, na segunda-feira (23). De acordo com cálculos do setor de imunização da pasta municipal, mais de 74 mil doses foram aplicadas.

A Semus afirmou que mantém contato direto com o Ministério da Saúde para a regularização do envio de novas doses para o controle da influenza A, incluindo o H1N1, na capital maranhense.

Goiás registrou problemas em Anápólis

Farmacêuticos de Anápolis (a 60 quilômetros da capital, Goiânia), foram tirados da primeira etapa de vacinação contra influenza no município. Faz parte dessa fase o contingente composto por idosos e profissionais de saúde que estão trabalhando diretamente no combate ao coronavírus.

O CRF-GO afirmou que não entendeu porque os farmacêuticos foram excluídos do grupo prioritário, uma vez que estão também atuando na linha de frente de atendimento à população, seja nas farmácias ou em outros estabelecimentos de saúde.

Por conta disso, o conselho notificou a prefeitura e deu prazo de 24 horas para que a situação seja resolvida, incluindo os farmacêuticos no grupo prioritário, de forma que sejam vacinados o mais rápido possível.

A Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis explicou, segundo a TV Anhanguera/Globo, que recebeu um número limitado de doses – cerca de nove mil unidades – e que a estratégia foi priorizar os idosos e os profissionais de saúde que estão trabalhando nas unidades básicas de saúde e hospitais, lidando diretamente com a covid-19.

Segundo a secretaria, os farmacêuticos do município vão receber a vacina até 15 de abril, que é o prazo final para imunizar o grupo prioritário.

Farmacêutico é estratégico diz MS

Para o Ministério da Saúde (MS), o farmacêutico tem posição estratégica no combate ao coronavírus. O MS, por meio do sistema público de saúde (SUS), está recrutando todos os profissionais para o combate à transmissão do coronavírus. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, revelou que irá acionar as farmácias brasileiras, e seus farmacêuticos, para que também estejam na linha de frente nessa luta. Assim, elas deverão fazer parceria com o Governo para aplicar vacina contra a gripe, realizar os testes para a detecção do novo coronavírus, a notificação dos casos suspeitos e confirmados, além da assistência farmacêutica.

Mandetta afirmou que serão firmadas parcerias para que as farmácias possam trabalhar nesse enfrentamento, aproveitando a expertise dos farmacêuticos, que estão à disposição em todas as farmácias, obrigatoriamente. “Também poderemos fazer desses lugares pontos de apoio, não só para a aplicação da vacina da gripe – para que haja um mínimo possível de filas a partir da próxima semana –, como também para orientações desses medicamentos sintomáticos e para a testagem, assim que nós tivermos escala e que possamos descentralizar”, afirmou o ministro.

Leia mais: Coronavírus: Farmacêutico clínico é a nova estratégia do SUS 

Em relação à campanha de vacinação contra a gripe, não é a primeira vez que o ministro menciona a capilaridade do sistema farmacêutico privado do Brasil como importante meio de distribuição dessas vacinas. Fundamental dizer que, no País, há cerca de 80 mil farmácias que deverão ser acionadas para que não se formem filas nos postos de saúde e que não haja aglomeração nesses locais no momento em que as vacinas estiverem disponíveis no mercado.

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