O estudo Valorização do Desempenho do Farmacêutico Hospitalar, realizado pela Nova SBE – School of Business and Economics, de Portugal, evidencia o potencial clínico e econômico de diversas atividades desenvolvidas pelos farmacêuticos nos hospitais portugueses, revelou o jornal Observador.
De acordo com os pesquisadores, os farmacêuticos hospitalares são ‘atores essenciais’ no funcionamento do hospital. No estudo, divulgado hoje (17/6), eles frisam a necessidade de ter mais farmacêuticos hospitalares, para que possam “compatibilizar as funções associadas à distribuição de medicamentos com uma maior disponibilidade para a integração na equipe de saúde”, contribuindo assim para a prevenção de doenças e a melhoria da saúde das pessoas.
Como exemplo do potencial clínico do farmacêutico, o estudo destaca a revisão da medicação, a reconciliação da terapêutica, a avaliação de alternativas terapêuticas ou a monitorização/farmacovogilância da utilização de (novos) fármacos, intervenções que “permitem prevenir riscos, erros de medicação, promover a adesão à terapêutica ou obter poupanças diretas com a aquisição de medicamentos”.
O estudo cita a Organização Mundial de Saúde para lembrar que os erros de medicação são uma causa importante de morbilidade e mortalidade, tendo também um elevado custo financeiro, e sublinha que parte significativa desses erros pode ser evitada e que o farmacêutico hospitalar é “o profissional que primordialmente pode contribuir” para esta tarefa.
Estima-se que as reações adversas a medicamentos sejam responsáveis por 400 mil mortes anuais em todo o mundo. Além disso, os erros de medicação representam um elevado custo financeiro para os sistemas de saúde, na ordem dos € 35 bilhões (R$ 209,7 bilhões), e cerca de 10% dos custos associados à prestação de cuidados. São também a causa de internação hospitalar de quase 85 milhões de pessoas e a eles se devem também quase 1/4 dos eventos adversos que ocorrem nos hospitais.
Apesar de a participação do farmacêutico hospitalar na área clínica estar crescendo, segundo o levantamento da SBE, a maior parte do tempo do seu trabalho é ainda dedicada à distribuição de medicamentos nos regimes de internação e de ambulatório. “Este é um panorama que cumpre ser ajustado, por um imperativo de sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde português”, escrevem os autores.
Dada a sua intervenção na utilização e na gestão dos medicamentos, a farmácia hospitalar tem “um papel determinante na qualidade dos serviços de saúde, com reflexos na otimização dos resultados dos doentes”, sublinham os pesquisadores, frisando que, simultaneamente, “ao gerir a segunda maior rubrica do orçamento dos hospitais, a sua atividade também tem um impacto econômico para a população em geral”.
Farmacêutico hospitalar oncológico
Entre as áreas de maior potencial para o farmacêutico hospitalar está o segmento oncológico. A carreira farmacêutica especializada em oncologia é bastante valorizada no mercado e permite ao profissional atuar em hospitais públicos, privados e filantrópicos. Segundo a Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (Sobrafo), a atuação do farmacêutico em oncologia começou a ser delineada a partir dos anos 1990, com base em normativas internacionais e trabalhos implementados em grandes centros hospitalares.
Em 1996, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) editou a Resolução 288/96, que estabelece como atribuição exclusiva do farmacêutico a manipulação de quimioterápicos ou citotóxicos. “Essas terapias são consideradas críticas por utilizarem quantidades terapêuticas muito próximas das doses tóxicas e se destinar a pacientes imunossuprimidos pela doença ou pelo próprio tratamento. A tarefa da manipulação criteriosa dessas doses gerou a necessidade do estabelecimento de rotinas e adequação de áreas físicas específicas, demandando ao farmacêutico um intenso aperfeiçoamento técnico”, destaca a Sobrafo.
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Para o farmacêutico especialista em farmacologia e professor de Farmácia Hospitalar e Clínica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico Nelson Belarmino, “atuar em oncologia é algo fascinante”. E quando essa atuação é unida à pesquisa, o casamento é perfeito, diz. “Trabalhar com oncologia é ter a certeza de que você está ali para dar o melhor de si. É saber escutar e resolver ao máximo a situação do seu paciente. Enfim, é se envolver com seus pacientes e, junto deles, lutar para que uma melhor qualidade de vida seja alcançada”.
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