Entre palcos, turnês e uma agenda exaustiva, Luísa Sonza enfrentou um dos períodos mais delicados de sua vida. Por trás do sucesso e da exposição nas redes sociais, a cantora gaúcha revelou ter desenvolvido dependência de medicamentos para dormir, em meio a crises de ansiedade e esgotamento emocional. A confissão, rara no meio artístico, expõe a vulnerabilidade de quem vive sob forte pressão e reforça o papel essencial do farmacêutico clínico na orientação e no acompanhamento de pacientes que fazem uso de fármacos controlados.
A rotina de Luísa sempre foi marcada por intensidade. Desde o início da carreira, ela vive sob os holofotes, conciliando compromissos, ensaios, entrevistas e a cobrança por perfeição. A fama chegou acompanhada de críticas e julgamentos constantes, e o corpo começou a responder aos excessos. A cantora passou a enfrentar noites em claro, inquietação e uma ansiedade persistente que minava sua energia e comprometia o sono.
No início, buscou alternativas naturais e ajustes na rotina, mas a insônia se agravou. Exausta, procurou ajuda médica e começou a usar medicamentos para dormir. A princípio, o tratamento parecia eficaz, mas com o tempo o efeito perdeu força e o uso se tornou cada vez mais frequente. O que era um alívio temporário transformou-se em dependência.
A artista contou que o sono induzido era artificial e que acordava com sensação de vazio, sem descanso real. A mente não parava e o corpo pedia mais. “Eu só queria desligar minha cabeça por algumas horas”, disse. A pressão de manter a imagem de sucesso e a sensação de solidão agravaram o quadro, levando-a a esconder o problema por medo de críticas.
A superação e o novo olhar sobre a saúde mental
Quando percebeu que havia perdido o controle, Luísa decidiu buscar acompanhamento psiquiátrico e psicológico. O tratamento envolveu o desmame gradual dos medicamentos, terapia cognitivo-comportamental e práticas de relaxamento. O processo foi difícil. As crises de abstinência e a volta da insônia exigiram paciência e apoio profissional constante.
A cantora compartilhou que houve noites em que voltou a sentir medo e desespero, mas entendeu que o enfrentamento fazia parte da recuperação. “Achei que tinha o controle, mas era o medicamento que me controlava”, contou. A experiência transformou sua relação com o corpo e com a própria saúde.
Luísa também passou a falar publicamente sobre o tema, incentivando outras pessoas a procurarem ajuda e a não se envergonharem de cuidar da mente. O relato trouxe à tona um debate importante sobre o uso excessivo de medicamentos controlados por jovens e artistas submetidos a rotinas intensas e à exposição constante.
O aumento do uso de medicamentos controlados no Brasil
O caso de Luísa Sonza reflete uma tendência que preocupa especialistas. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os benzodiazepínicos e hipnóticos estão entre os medicamentos controlados mais consumidos do país. O uso prolongado, especialmente sem acompanhamento adequado, pode causar tolerância, dependência e sintomas severos de abstinência.
Entre os efeitos colaterais mais comuns estão sonolência excessiva, lapsos de memória, alterações de humor e dificuldade de concentração. Em pessoas que vivem sob pressão constante, como artistas e profissionais de alta exposição, o risco de uso abusivo é ainda maior.
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O papel essencial do farmacêutico clínico
A trajetória de Luísa Sonza reforça a importância da atuação do farmacêutico clínico na prevenção da dependência medicamentosa. É esse profissional que acompanha o paciente ao longo do tratamento, identifica sinais de uso excessivo e orienta sobre interações perigosas e tempo seguro de uso.
O farmacêutico também é responsável por educar o paciente sobre o uso racional de medicamentos controlados, explicando os riscos da automedicação e a necessidade de acompanhamento contínuo. Além disso, participa ativamente de estratégias de desmame e de suporte emocional, em conjunto com a equipe de saúde.
O cuidado farmacêutico é fundamental para garantir segurança e evitar que o tratamento se transforme em dependência. Casos como o de Luísa Sonza lembram que, por trás do sucesso e das luzes do palco, existem seres humanos que precisam de acolhimento, escuta e orientação técnica. A atenção clínica e a presença do farmacêutico podem ser decisivas para transformar sofrimento em recomeço.
Capacitação farmacêutica
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- Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica
- Farmácia Clínica em Unidade de Terapia Intensiva
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