Medicamento chamado cabotegravir é uma forma de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) injetável intramuscular de ação prolongada.
Novas tecnologias reduzem as chances de contágio pelo HIV através do uso de medicamentos específicos. A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) consiste na utilização diária de uma combinação de dois medicamentos antirretrovirais (tenofovir + entricitabina), que apresentam composição similar aos utilizados no tratamento do vírus, reduz em mais de 90% as chances de uma pessoa se infectar quando exposta ao HIV.
Além dos remédios de ingestão por via oral, a PrEP também pode ser realizada a partir de um medicamento injetável, chamado cabotegravir, aprovado neste mês pela Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil.
Segundo a Anvisa, para que o medicamento seja disponibilizado no mercado é necessária a aprovação do preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). A incorporação do tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) depende de avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), vinculada ao Ministério da Saúde. A CNN consultou o ministério e aguarda retorno.
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“O Brasil já implementa no SUS a PrEP com a medicação oral, de uso diário, com tenofovir e entricitabina. O cabotegravir injetável chega como uma opção que será muito útil para pessoas com dificuldade em aderir ao uso da PrEP oral diária”, afirmou a médica infectologista Beatriz Grinsztejn, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em comunicado.
Como funciona a PrEP injetável
O cabotegravir é uma forma de PrEP injetável intramuscular de ação prolongada, com as primeiras duas injeções administradas com quatro semanas de intervalo, seguidas por uma injeção a cada oito semanas.
Assim como os medicamentos orais, a versão injetável da profilaxia pré-exposição tem como objetivo reduzir os riscos de contágio caso uma pessoa seja exposta ao vírus.
“A PrEP injetável utiliza um medicamento chamado cabotegravir de ação prolongada, um antirretroviral da classe dos inibidores da integrasse que foi testada para a profilaxia pré-exposição e se mostrou altamente eficaz em prevenir a aquisição da infecção pelo HIV nas populações em que foi testada”, disse Beatriz.
O cabotegravir é um antirretroviral que inibe uma enzima chamada integrase, que impede a inserção do DNA viral do HIV no DNA humano. O mecanismo de ação evita a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células.
O medicamento representa mais uma estratégia no combate à transmissão do HIV, mas não pode ser considerado uma vacina, pois não ativa o sistema imunológico na produção de anticorpos para combater o vírus.
Vacinas protegem o organismo por muito tempo ou pela vida inteira, dependendo do tipo de imunizante. A PrEP funciona de forma diferente, com a proteção oferecida pelo bloqueio dos caminhos que o vírus percorre para infectar a célula humana. Caso a pessoa abandone o tratamento, o medicamento deixa de funcionar e de proteger contra o HIV.
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