Um recente estudo britânico publicado na revista científica Lancet apontou que, entre as sequelas ao cérebro humano, o efeito de longo prazo de uma infecção por Covid-19 pode afetar a inteligência dos pacientes.
De acordo com o portal IG, o estudo envolveu pesquisadores do Imperial College London, Kings College e das Universidades de Cambridge, Southampton e Chicago.
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Para chegar à conclusão, os pesquisadores examinaram o Quociente de Inteligência (QI) de mais de 81 mil pessoas, sendo que 13 mil delas já tinham sido infectadas pelo novo coronavírus.
No estudo, eles verificaram que os pacientes que já tinham tido Covid-19 apresentaram maior dificuldade para realizar tarefas que exigiam solução de problemas, planejamento e raciocínio. Em casos de pacientes que tiveram casos mais graves da doença, que usaram ventiladores mecânicos, os pesquisadores registraram uma queda de sete pontos no QI.
Motivos para a redução no QI
Entre as razões para a queda da inteligência, os cientistas sugerem que o efeito contínuo do vírus em nossa capacidade de pensar com clareza. Isso significa que essa queda se dá porque é mais difícil se concentrar quando estamos sofrendo com febre ou com problemas respiratórios.
"Estudos anteriores em pacientes hospitalizados com doença respiratória não apenas demonstram déficits cognitivos objetivos e subjetivos, mas sugerem que estes permaneçam, em alguns casos, em 5 anos de acompanhamento”, observam os autores do estudo britânico.
Ainda assim, os pesquisadores ressaltam que não é possível tirar conclusões sem dados de imagens cerebrais. De toda forma, eles destacam que os resultados devem ser úteis para mais estudos sobre o assunto.
Sequelas da Covid-19
O farmacêutico e professor da pós de Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ - Instituo de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni, em recente entrevista à equipe de jornalismo da Instuição, lembra que a comunidade científica ainda está descobrindo as sequelas que o novo coronavírus pode trazer aos pacientes.
Ele ressalta a atuação do farmacêutico quanto à identificação de danos em pacientes e enfatiza a importância de informar entidades de saúde sobre elas: “As sequelas estão sendo descobertas aos poucos, haja vista que é uma infecção nova, com comorbidades associadas na maioria das vezes. Ao farmacêutico cabe informar às autoridades competentes as possíveis sequelas da infecção da Covid-19, identificadas em seus pacientes, bem como estar sempre atento às bases de divulgação de estudos científicos, para que as informações possam ser passadas, aos pacientes e à população em geral, de modo fidedigno”.
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