Uma nova classe de medicamentos está revolucionando a vida de pacientes com tumores muito avançados e resistentes a diversos tratamentos de câncer. De acordo com o Uol, essa nova classe são os chamados “anticorpos conjugados à droga” (antibody drug conjugated), que estão promovendo resultados promissores no combate a diversos tumores.
Segundo as maiores autoridades mundiais na área, essa nova classe de medicamentos terá uma ação ainda mais ampla e poderosa que as imunoterapias atuais, pois esses anticorpos conjugados têm um mecanismo de ação único. Ao ser administrado no ser humano ele é capaz de atingir certas células tumorais, pela ligação a um receptor superexpresso no tumor. Ou seja, não atinge tecidos normais.
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Após esta ligação, ele libera um agente letal somente dentro da célula tumoral. Dessa forma, além de promover grande eficácia com elevadas taxas de resposta, seu perfil de efeitos colaterais é menor, pois ele não atinge as células saudáveis em grande concentração. Devido a essa característica, os anticorpos conjugados à droga são chamados popularmente de ‘cavalo de Troia’.
Nova classe de medicamentos ganha aprovação da FDA
Em vista da eficácia dessa nova classe de medicamentos, a FDA (Food and Drug Administration, sigla em inglês) já aprovou 11 novas medicações para tratar diversos tipos de tumores, inclusive os mais comuns, como o de câncer de mama.
No tratamento do chamado ‘câncer de mama triplo-negativo’ está sendo usado um anticorpo conjugado à droga chamado sacituzumabe govitecan. Ele age ligando-se ao receptor do tumor, o Trop 2, e libera um quimioterápico muito tóxico ao tumor, o SN-38.
No estudo que levou à aprovação desta substância pela FDA, 108 pacientes com esse câncer de mama que receberam pelo menos dois tratamentos anteriores para doença metastática, e cujo prognóstico era sombrio, apresentaram taxa de resposta de 33%.
Esse mesmo medicamento já está sendo avaliado para combater tumores de pulmão, pâncreas e próstata.
Outra aprovação da FDA é o loncastuximab tesirine-lpyl, que é voltado para o tratamento de pacientes com diagnóstico de linfoma B de grandes células, que não tiveram sucesso em tratamentos anteriores e cujas opções eram muito limitadas. Neste estudo, que incluiu 145 pacientes, a taxa de reposta foi de 48%, sendo que 24% dos deles tiveram desaparecimento completo das lesões tumorais.
Atuação do farmacêutico em oncologia
Em vista de tantos tratamentos inovadores em oncologia, cabe enfatizar a importância da atuação do farmacêutico especializado nessa área, afinal, como destaca o professor da Pós-graduação em Farmácia Hospitalar e Clínica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Nelson Belarmino, este profissional pode atuar em diferentes áreas em hospitais públicos, privados e filantrópicos.
Entre suas atribuições, esse profissional deve ser multidisciplinar. Ele é responsável por normatizar, desenvolver ou instaurar procedimentos de recebimento, armazenamento, conservação e transporte de insumos farmacêuticos e medicamentos; entre outras diversas responsabilidades no tratamento direto dos pacientes oncológicos, conforme explica Belarmino:
“Atuar em oncologia é algo fascinante. E quando essa atuação é unida à pesquisa, o casamento é perfeito. Trabalhar com oncologia é ter a certeza de que você está ali para dar o melhor de si. É saber escutar e resolver ao máximo a situação do seu paciente. Enfim, atuar em oncologia é se envolver com seus pacientes e, junto deles, lutar para que uma melhor qualidade de vida seja alcançada”.
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