Uma pesquisa realizada, em setembro de 2020, pelo Ibope, em parceria com a farmacêutica Merck, revelou que 58% das pessoas não sabem a diferença entre os medicamentos genéricos, similares e de referência.
Conforme publicado pelo Uol, o estudo ouviu 2 mil internautas de várias regiões do país e revelou, ainda, que 69% das pessoas não conhecem como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estipula as regras para a substituição de medicamentos receitados pelos médicos.
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Estes dados enfatizam a importância da atuação do farmacêutico na orientação e no cuidado e segurança à saúde do paciente, conforme destaca o endocrinologista e diretor do Departamento de Tireoide da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), Helton Estrela Ramos.
“A falta de conhecimento dos brasileiros sobre os diferentes tipos de medicamentos ressalta a importância do farmacêutico na orientação da compra. A regra da intercambialidade garante que o tratamento prescrito pelo médico chegue em segurança ao paciente e o profissional responsável da farmácia é o único que pode efetuar qualquer mudança aplicável”.
Seguindo nesse pensamento de Ramos, a pesquisa aponta que o nível de confiança do farmacêutico é muito elevado entre os brasileiros; 64% das pessoas sabem que este profissional pode determinar uma possível troca do medicamento.
O farmacêutico Edu Abreu explica que é importante que as pessoas entendam o papel destes profissionais de saúde e como eles colaboram para garantir um tratamento mais eficiente e seguro, inclusive, com a atuação na substituição de medicamentos.
"Mesmo após mais de 20 anos da chegada dos genéricos, as pessoas ainda têm dúvidas sobre a substituição; por isso, é importante que o paciente respeite o receituário ou consulte o profissional farmacêutico, que é o único que pode orientar sobre qualquer mudança", explica Abreu.
Diferenças entre medicamentos referência, genéricos e similares
O medicamento referência é o produto inovador, que teve a primeira patente. Para o desenvolvimento dele, a farmacêutica investiu em estudos clínicos para mostrar a eficácia e a segurança do produto – aspectos que foram comprovados cientificamente pelo órgão federal competente no qual a companhia é registrada. Devido a todos os gastos, os medicamentos de referência costumam ser mais caros.
Enquanto isso, o genérico é a cópia do medicamento referência. Porém, ele só pode ser reproduzido após o prazo em que a patente expira. Além disso, a sua comercialização só e aprovada após o genérico comprovar a eficácia e segurança em testes de bioequivalência e biodisponibilidade. Por não haver investimentos em pesquisas e propaganda, o preço dele é mais acessível.
Por fim, os similares têm a mesma composição do medicamento referência e do genérico e também precisa comprovar eficácia. No entanto, ele leva o nome de uma marca e investe capital em propagandas para melhorar a popularidade do produto. Desta forma, aumentam a competitividade com o medicamento referência.
Eficácia dos genéricos
Muitas pessoas ainda têm dúvidas quanto à eficácia dos genéricos. Por isso, é importante destacar que estes medicamentos contêm o mesmo princípio ativo na mesma dose e forma farmacêutica que as versões dos medicamentos de referência. Logo, eles têm eficácia e segurança equivalentes, que são comprovados cientificamente junto à Anvisa.
Sendo assim, a substituição de um medicamento de referência por um genérico não compromete o tratamento do paciente, pois este segundo tem as mesmas atribuições do de referência, conforme explica o farmacêutico e professor da Pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni.
“Atualmente, nós temos uma variedade muito grande de marcas de medicamentos, de genéricos e similares, que geralmente são mais baratos que os de referência. Então, cada farmacêutico, dentro das medidas legais, pode fazer essa substituição, obedecendo à legislação vigente”.
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