Coquetéis de medicamentos podem ser eficazes para combater Covid-19

Coquetéis de medicamentos podem ser eficazes para combater Covid-19

Ao longo de mais de um ano da pandemia, a ciência avançou muito na pesquisa e desenvolvimento de medicamentos seguros e eficazes para combater a Covid-19.

Entre os estudos, os cientistas já percebem que a combinação de substâncias, ou seja, fazer um tipo de ‘coquetel’ de medicamentos, tem se mostrado a melhor alternativa para tratar pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Esse foi o tema da reportagem exibida neste domingo (25/04) pelo Fantástico.

O programa ouviu especialistas da área médica e explorou sobre os principais medicamentos que passaram a ser combinados para tratar a Covid-19. Entre eles, o Regn-Cov2 - coquetel de anticorpos monoclonais, ou seja, quando anticorpos de uma pessoa recuperada da doença são selecionados e copiados em laboratório.

O Regn-Cov2 foi desenvolvido pela Roche em parceria com a Regeneron e foi aprovado para uso no Brasil, na última terça (19/04), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Fantástico destacou que os resultados dos testes com o Regn-Cov2 foram otimistas para combater a doença, pois se mostrou capaz de reduzir em até 81% os riscos dos sintomas da Covid-19 agravarem.

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Outro coquetel de anticorpos monoclonais apontado no Fantástico foi o Eculizumabe. O programa lembrou que o Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto tem um estudo que visa inibir uma parte do sistema imunológico para evitar a hiper inflamação, utilizando o Eculizumabe. O professor de Medicina da entidade, Rodrigo Calado, explicou que o medicamento “diminui com bastante intensidade a inflamação que ocorre no organismo” e sua rápida ação já mostrou eficácia em reduzir o agravamento da doença e de óbitos.

A matéria lembrou também do antiviral Remdesivir, que, em março passado, teve seu uso no Brasil aprovado pela Anvisa. Aliás, cabe lembrar que o antiviral foi o primeiro medicamento a ter a recomendação em bula para tratar a Covid-19.

O Fantástico explicou que o Remdesivir também impede a replicação do vírus, e já tem aprovação em mais de 50 países. No entanto, frisou que, enquanto países como Estados Unidos e Índia incluíram o medicamento no protocolo de tratamento à Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselhou o seu uso por não ter visto redução significativa no número de mortes.

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Controvérsias do Remdesivir

Em recente live promovida pelo ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, o farmacêutico e pesquisador Thiago de Melo, falou sobre a eficácia de vários medicamentos para a Covid-19, entre eles, o Remdesivir.

Melo, que também é professor da pós-graduação de Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ, explicou a atuação do Remdesivir no organismo e seu mecanismo.

“O papel dele é inibir a replicação viral. Ele tem o papel de apenas atrapalhar a replicação. Saber se ele tem ação imunomodulatória ou então atuar melhorando no desfecho de sinais e de sintomas será investigado nos próximos estudos”.

O especialista trouxe estudos científicos que divergem quanto à eficácia do medicamento e deixam questionamentos quanto à sua eficácia na Covid-19. Ele pontuou, ainda, que é preciso haver “estudos mais robustos, com maior número de pacientes para que tenhamos maior chance de certeza daquilo que estamos investigando”.

Com bases no estudo que apresentou uma melhora expressiva dos pacientes, Melo apontou que os resultados não podem ser vistos como uma recuperação excelente, além disso, lembrou que, considerando o alto custo do medicamento ao hospital (em média R$ 18 mil por paciente), fica difícil considerar o Remdesivir como uma “bala de prata” para tratar a Covid-19.

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