Nesta semana, em duas cidades de São Paulo, 33 crianças foram vacinadas contra a Covid-19 em vez de terem recebido a vacina da gripe. Em Itirapina, 28 meninos e meninas receberam as doses da Coronavac e em Diadema, foram 5, revelou a CNN. Uma grávida e outras pessoas também receberam indevidamente a vacina.
No Brasil, o grupo formado por menores de 18 anos está proibido de receber os imunizantes contra a Covid-19 por ainda não haver testes clínicos que atestem a segurança da vacina para eles. O Instituto Butantan, que faz o envase da Coronavac, afirmou no início da vacinação contra o novo coronavírus, em meados de janeiro, que a aplicação da vacina para gestantes e menores de idade ainda estava em análise, apurou o UOL. A vacina da Oxford/AstraZeneca também não está liberada para esse público.
Desde segunda-feira (12/4), o Estado de São Paulo aplica simultaneamente vacinas contra a Covid-19 e contra a influenza. Neste ano, porém, a campanha da gripe, que normalmente prioriza os idosos, começou diferente, com preferência para crianças de seis meses a cinco anos, gestantes e puérperas.
O caso de Itirapina aconteceu na terça-feira (13/4), após uma técnica de enfermagem ter separado incorretamente as doses da Coronavac para serem levadas à sala em que a equipe da unidade realizava a vacinação contra a gripe para os grupos definidos como prioritários pelo governo estadual. De acordo com a Secretaria de Saúde de Itirapina, o erro só foi percebido um dia depois.
Além da gestante e das 28 crianças vacinadas erroneamente, outros 18 adultos receberam o imunizante contra a Covid-19 em vez da vacina contra a influenza. Em comunicado emitido pela prefeitura de Itirapina, foi revelado que as pessoas alvo da vacinação incorreta foram informadas sobre o ocorrido, atendidas e serão monitoradas por uma equipe médica por duas semanas.
Apesar de não haver conclusões científicas sobre o comportamento dos imunizantes no público vacinado, a Secretaria de Saúde de Itirapina informou, segundo o UOL, que consultou especialistas e eles afirmaram que o erro não traz riscos para a saúde dos envolvidos. A prefeitura de Itirapina ainda revelou que já atendeu 26 das 46 pessoas vacinadas, incluindo a gestante, e não foram constatadas anormalidades.
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Em Diadema, a prefeitura abriu um procedimento administrativo para apurar o caso das cinco crianças vacinadas indevidamente. As funcionárias envolvidas no ocorrido foram afastadas imediatamente e seguirão distantes do serviço público até o fim das investigações. Segundo a prefeitura, a vacinação contra Covid-19 e a de influenza são feitas em salas separadas. No entanto, houve um erro de logística em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
“Esclarecemos que, assim que identificada a ocorrência, os pais das crianças vacinadas foram imediatamente convocados na unidade para os devidos esclarecimentos e orientações”, disse em nota a Secretaria Municipal de Saúde de Diadema, conforme a CNN. “Informamos ainda que as crianças serão acompanhadas pelos próximos 42 dias e terão todo o apoio necessário”.
“As crianças devem ficar em observação”, assinalou o farmacêutico e professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni, sobre o necessário acompanhamento desses pacientes, para ver se surge algum problema.
Poloni destacou ainda a atenção deve ser redobrada nesses casos. “Os profissionais de saúde têm a obrigação de conferir sempre os medicamentos a serem entregues ou vacinas a serem aplicadas nos pacientes, para evitar erro de medicação. Se, por ventura, ele ocorrer a equipe médica deve ser acionada para que as devidas medidas de reversão do equívoco ou minimização dos efeitos adversos sejam tomadas o mais breve possível”, frisou o professor.
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