Para comemorar o 1º de abril, reproduzimos oito mitos sobre medicamentos compilados pela farmacêutica da rede Extrafarma Ana Emilia Batista. Alguns deles são frutos da crendice popular, de fake news ou da desatenção dos pacientes. Mas todos merecem atenção, pois podem interferir ou prejudicar tratamentos.
Celebrado hoje no Brasil, acredita-se que o Dia da Mentira surgiu na França, com a mudança na contagem do tempo adotada pelo rei Carlos IX em 1564, dois anos depois que o papa Gregório XIII instituiu um novo calendário para o mundo cristão, que acabou levando seu nome.
Pelo calendário gregoriano, o Ano-Novo passou a ser em 1º de janeiro. Até então, a virada do ano era comemorada tradicionalmente em 25 de março, pois o início da primavera no Hemisfério Norte era visto como o momento da renovação de um ciclo. A comemoração acontecia até 1º de abril.
Mas a mudança da data do Ano-Novo causou controvérsia na França. Muitos se recusaram a seguir a nova data e passaram a zombar de quem aceitou da troca. Estes eram chamados de ‘Poisson d'Avril’, ou ‘bobos de abril’, e passaram a ser alvos de várias brincadeiras. A galhofa chegou à Inglaterra, espalhou-se pelo mundo e se mantém até os dias atuais.
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A brincadeira pode virar coisa séria quando ultrapassa limites e se transforma em desinformação. No setor farmacêutico, existem diversas mentiras ou mitos sobre medicamentos que precisam ser esclarecidos pelos profissionais de saúde.
“O farmacêutico é o profissional com maior contato com o paciente. Assim, ele deve ter um papel ativo e sanar todas as dúvidas sobre medicamentos dos usuários, orientando seu uso correto e evitando ou reduzindo possíveis resultados negativos relacionados a eles”, ressalta o farmacêutico e professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêuticano ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni,
Veja abaixo 8 mitos mais comuns sobre medicamentos:
Mentira 1
Todos os medicamentos fazem mal ao estômago se tomados em jejum
Ingerir medicamentos com o estômago vazio pode até facilitar sua absorção pelo organismo, e em alguns casos essa é a recomendação. Mas é preciso tomar cuidado, pois alguns tipos de medicamento com acidez elevada podem irritar o estômago se tomados em jejum. O ideal é sempre seguir a recomendação do médico e do farmacêutico.
Mentira 2
Pode-se tomar medicamentos vencidos se não estiverem com aparência alterada
Mesmo que a cor e o cheiro do medicamento estiverem sem alterações, sua ingestão não é indicada se o prazo de validade estiver expirado. Isso porque não há estudos confiáveis que indiquem que os medicamentos mantêm sua eficácia após o prazo recomendado. Em alguns casos, o consumo pode ser até prejudicial para a saúde, provocando reações adversas no organismo.
Mentira 3
Vitamina vencida não perde o efeito
O princípio é o mesmo. Quando o vende um composto vitamínico, o laboratório assegura que as vitaminas funcionarão como esperado se for consumida conforme a orientação médica e dentro do prazo de validade. Após o vencimento, pode haver alterações na fórmula e perda de efeito.
Mentira 4
Não é preciso completar o tratamento se os sintomas desaparecerem
O fim dos sintomas não indica a cura da doença. Em muitos casos, como em tratamentos que exigem antibióticos, a interrupção do tratamento antes do tempo indicado pelo médico pode até tornar as bactérias mais resistentes.
Mentira 5
Para que estejam sempre à vista, o melhor local para guardar os medicamentos é o banheiro
Por ser um local úmido e muitas vezes abafado, o banheiro não é a opção ideal para manter medicamentos. Para que não tenham sua composição alterada, eles devem ser mantidos em local fresco e arejado, longe da luz e de fontes de calor.
Mentira 6
Colírios podem ser usados até seu vencimento
Muitos colírios não contêm conservantes para evitar problemas de irritação ocular. Dessa forma, após aberto, o colírio deve ser utilizado conforme orientação médica e descartado ao final do tratamento, ainda que esteja dentro do prazo de validade.
Mentira 7
Medicamentos genéricos são menos eficientes
Todos os medicamentos genéricos devem ter sua equivalência comprovada em laboratório, conforme determina a legislação. Isso significa que os genéricos têm a mesma eficiência que os remédios de referência, que são certificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Mentira 8
Injeções são mais eficientes que comprimidos
Na verdade, trata-se de uma informação desatualizada. Algumas décadas atrás, os comprimidos tinham uma biodisponibilidade (porcentual de aproveitamento de uma substância pelo organismo) que variava entre 40% e 60%, enquanto a das injeções era de aproximadamente 80%. Porém, com os diversos avanços da indústria farmacêutica nos últimos anos, a biodisponibilidade dos comprimidos atuais varia entre 90% e 95%.
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