Três pacientes morrem após nebulização com cloroquina

Três pacientes morrem após nebulização com cloroquina

Depois que receberam um tratamento à base de nebulização com cloroquina, três pacientes faleceram na cidade de Camaquã, Rio Grande do Sul. De acordo informação publicada no Estadão, os casos ocorreram entre 22 e 24 de março. Ainda segundo o veículo, essa terapia tem sido utilizada como um dos protocolos para tratar as pessoas internadas no Hospital Nossa Senhora Aparecida, unidade de saúde em que aconteceram os óbitos.

A administração do procedimento de nebulização teria sido realizada pela médica Eliane Scherer, que, segundo o jornal, gravou um vídeo em que aparece realizando o tratamento. Após o ocorrido, a profissional foi afastada da unidade de saúde e pode, inclusive, perder o seu registro, pois, o caso está sendo investigado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (CRM-RS).  

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Segundo o médico e diretor-técnico do hospital, Tiago Bonilha, por enquanto não é possível afirmar que os óbitos têm relação com a nebulização com cloroquina que foi realizada pela profissional. Entretanto, ele destaca que a terapia não é uma prescrição off label, autorizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). “Em meu ver, esse tipo de terapia (nebulização com cloroquina) transcende o que chamamos de prescrição off label. Não tenho experiência com ela e não encontrei referências seguras para aplicá-la, portanto, optei por não fazer".

Ainda de acordo com o Estadão, Bonilha destaca que dois entre os três pacientes mortos estavam em estado grave, com insuficiência respiratória. Nesse sentido, ele é cauteloso ao abordar quais seriam as possíveis consequências da terapia no estado de saúde das pessoas que faleceram. Contudo, o médico levanta alguns questionamentos que podem comprovar a ineficácia da nebulização com o fármaco.

“Não tenho como atribuir melhora ou piora diretamente ao procedimento, mas, de fato, o desfecho final de três pacientes submetidos à terapia foi o óbito. Todos eles têm documentado em prontuário taquicardia ou arritmias algumas horas após receberem a nebulização”, revelou.

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Pacientes exigiram o tratamento

Apesar de diversos estudos apontarem que a cloroquina não tem eficácia comprovada contra a Covid-19, o tratamento só foi permitido porque os pacientes entraram na Justiça para garantir que fosse realizada a nebulização com medicamento.

“Infelizmente, nesse cenário de desespero, polarização e politicagem, diante de muita pressão da sociedade, permitimos, por via judicial e de maneira formalizada, aos pacientes que desejavam receber essa terapia que assim o fizessem”, conta Bonilha.

Vale lembrar que, recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que a hidroxicloroquina não funciona no tratamento contra a Covid-19 e alertou ainda que seu uso pode causar efeitos adversos.

Essa posição da OMS vem ao encontro da opinião da coordenadora acadêmica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Juliana Cardoso, que é especialista em farmácia clínica e prescrição farmacêutica. Para ela, o uso de medicamentos sem comprovação pode agravar ainda mais a crise em saúde.

“O Brasil é um dos países que mais faz uso de medicamentos sem prescrição, e com esse triste fator precisamos pensar nas inúmeras consequências que essa ação pode causar, intoxicações, interações, danos hepáticos e renais, dentre outros, o que levam ao uso de hospitais, acesso a unidades básicas, gerando um aumento na demanda hospitalar e contribuindo para a superlotação”, alertou a Juliana, em recente entrevista ao jornalismo do ICTQ.

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