Em carta aberta, divulgada em 03 de março, o grupo Observatório Covid-19 BR, que reúne 85 pesquisadores de 28 instituições nacionais e internacionais, alerta que o Brasil está prestes a sofrer uma catástrofe decorrente da pandemia.
Na nota, os pesquisadores destacam que a pandemia está em largo crescimento no País, e enfatizam o alto índice de novos casos, assim como a taxa de hospitalização e os óbitos alarmantes, que já totalizam 260.970 mortes, conforme apontam os dados atualizados hoje (05/03), do Ministério da Saúde.
Segundo a publicação, esses números que, até então, nunca haviam sido alcançados, nos direcionam “à beira do colapso no sistema hospitalar”, no entanto, ainda há como evitá-lo.
Causas para a atual situação
Para os pesquisadores, os motivos que levaram o Brasil a atingir esse alarmante cenário não podem ser justificados apenas com a propagação das novas variantes do coronavírus. Eles criticam que a postura do Governo, no enfrentamento da pandemia, foi crucial nesse resultado.
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“Termos chegado a esta situação foi, sem dúvida, devido à falta de senso de urgência dos governantes, de compromisso com a vida como prioridade e, sobretudo, à inexistência de ações e de coordenação do Governo Federal visando a mitigar a epidemia”.
Medidas para evitar o colapso
Embora seja um momento crítico, os pesquisadores defendem que ainda há tempo de evitar que uma catástrofe maior ocorra. E para isso, eles consideram urgente adotar medidas rápidas e efetivas, para barrar a proliferação do vírus.
O grupo defende ações econômicas, como a extensão do auxílio-emergencial no valor de R$ 600,00 para as pessoas de baixa renda e outras iniciativas sanitárias, como, por exemplo, o lockdown estrito, a testagem em massa e agilidade da vacinação no País.
- Lockdown estrito
A primeira recomendação do grupo é o lockdown estrito. Para os pesquisadores, as restrições devem ser aplicadas imediatamente e ter prazo mínimo de 14 dias. A duração pode ser variável de acordo com cada região. No entanto, só devem ser encerradas quando os índices de casos e mortes reduzirem drasticamente.
Mesmo que isso gere efeitos na economia, é a principal alternativa para evitar o colapso na saúde, conforme o grupo defende.
“O lockdown estrito compreende a abertura somente daqueles serviços realmente essenciais. Sabemos o custo imediato disso, mas não há outra maneira de se evitar o colapso hospitalar generalizado, que gera desespero e mortes, além de efeitos devastadores para a economia”.
- Testagem em massa
Outro destaque dos pesquisadores é a importância de o País agilizar os testes em massa para identificar todos os casos suspeitos, seus contatos, e acompanhar todos esses casos. Com a devida identificação, realizar a quarentena dessas pessoas e, assim, diminuir as chances de contágio.
“Estamos atrasados e isso tem que mudar imediatamente, com mais atenção e investimentos em todas as esferas de governo”, alertou a nota.
- Ampliação maciça da vacinação
Para os pesquisadores, a principal medida para reduzir o número de mortos e de casos graves da Covid-19 no Brasil é agilizar o ritmo de vacinação. Tal medida é vista como “fundamental”. Para isso, o grupo defende a compra das vacinas sejam elas importadas ou produzidas em solo nacional.
O papel do farmacêutico
Em meio a possibilidade de catástrofe alertada pelo grupo, o farmacêutico tem uma importante contribuição social, já que ele lida diretamente com o paciente.
Cabe a ele passar as orientações corretas a quem tiver qualquer suspeita de Covid-19, tal medida é “fundamental e imprescindível” nesse atual momento, conforme aponta a coordenadora acadêmica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico e especialista em farmácia clínica e prescrição farmacêutica, Juliana Cardoso.
“A orientação abrange desde a prevenção, como o uso de máscaras, até a procura ao hospital somente se for necessário. Transtornos menores são permissivos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao cuidado do farmacêutico clínico, evitando, assim, a necessidade do paciente em procurar unidades de pronto atendimento, ajudando a promover, então, o esvaziamento nas filas de espera para atendimento e até mesmo garantindo a segurança do paciente evitando a contaminação cruzada”.
Juliana conclui afirmando que o atual momento necessita que o “farmacêutico clínico exerça suas atribuições em prol da sociedade, contribuindo assim com todo sistema de saúde”, finalizou.
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