Recente pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, em outubro de 2020, apontou que 22% dos brasileiros não pretendem se vacinar para se proteger do novo coronavírus (Covid-19). Os dados são alarmantes, pois, mostram que o movimento antivacinas tem crescido em território nacional. Para o farmacêutico e gerente-geral de medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Mendes, que também é professor do ICTQ- Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, o estímulo à descrença nos imunizantes deve ser combatido.
Em live transmitida no canal do Youtube do ICTQ, na quinta-feira (17/12), Mendes foi questionado se o presidente da República, Jair Bolsonaro, seria o principal garoto-propaganda desse movimento, já que em recente declaração o chefe de Estado afirmou que não pretende tomar o antígeno. Ao responder essa pergunta, o representante da Anvisa evitou tocar em assuntos relacionados à politização, mas não deixou de comentar sobre o movimento antivacina.
"Eu vou manter a minha postura técnica, pois, já está havendo muita discussão sobre uma possível politização da Agência, então, se eu me posicionar politicamente eu entendo que isso vai trazer mais prejuízo do que algum benefício para a sociedade. Como técnico eu entendo: o que deve ser criticado é o movimento antivacina como um todo", pontuou.
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Em outro momento, ele continua: "Vacina é uma estratégia de saúde pública, a gente se vacina para nós, para os outros, nos vacinamos para a coletividade. Então, colocar em dúvida a vacina, a estratégia, qualquer tipo de caminho nesse sentido, na minha visão técnica é um desserviço, porque a gente precisa pensar no coletivo neste momento. Então, na minha postura técnica, eu acho que nós temos que esclarecer sempre que possível sobre a importância da vacinação", destacou.
Nacionalidade da vacina
Ainda na transmissão, Mendes falou sobre um assunto bastante comentado nos últimos dias: a ‘nacionalidade da vacina’, já que um dos antígenos que estão em processo de aprovação no Brasil é a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan com a companhia farmacêutica chinesa Sinovac, alvo de críticas por uma parcela da população devido à possível origem do vírus, que foi descoberto, inicialmente, no país asiático.
Nesse sentido, Mendes deixou bem claro que, para a Anvisa, vacina não tem nacionalidade: “Não temos nenhum tipo de preconceito ou discriminação nesse sentido. Desmistificar a questão da nacionalidade é fundamental. Não é o local que determina a qualidade de um produto”, afirmou o gerente-geral de medicamentos da Agência reguladora.
Assista ao vídeo com a transmissão completa:
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