São Paulo recebeu nesta quinta-feira (3/12) uma carga de insumos para a produção de 1 milhão de doses da Coronavac, a vacina do laboratório chinês Sinovac que está sendo desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, revelou O Globo. Secretário afirmou que vacina começa a ser produzida neste final de semana.
O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, destacou hoje de manhã o início da produção da CoronaVac. “As vacinas já começam a ser produzidas no final de semana. Então, no início da semana, essas doses já estarão prontas, serão formuladas, envasadas e, aí sim, de forma adequada, estocadas esperando a liberação dos órgãos regulatórios”, afirmou à TV Globo.
Expectativa do governo paulista é ter mais de 40 milhões de doses até o meio de janeiro. Segundo Gorinchteyn, a previsão é de que ainda no primeiro bimestre do ano que vem a vacinação seja iniciada, revelou o Uol. O diretor do Butantan, Dimas Covas, foi ainda mais otimista e afirmou que se a Coronavac for aprovada em janeiro, São Paulo deve começar a vacinação no mesmo mês, ainda que o plano do Ministério da Saúde seja iniciar o programa de vacinação de parte dos brasileiros apenas em março.
“Se a vacina estiver pronta para uso, nós temos que começar a vacinação. Simplesmente porque a vacina pode salvar um milhão de pessoas. Não faz sentido atrasar a distribuição de uma vacina já registrada na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, argumentou Covas, em entrevista à Globonews.
Com a remessa de hoje, chega-se a 1 milhão e 120 mil doses enviadas pela Sinovac ao País. A primeira carga, com 120 mil doses prontas, chegou em 19 de novembro. Ao todo, serão 46 milhões de doses, das quais seis milhões já prontas para aplicação e 40 milhões em forma de matéria-prima para produção, envase e rotulagem em fábrica do Instituto Butantan, apurou o Valor Econômico.
Caso seja comprovada sua eficácia e seja aprovada pela Anvisa, a Coronavac é uma das candidatas a vacina que poderá ser utilizada no Brasil. Apesar disso, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não citou a Coronavac durante audiência pública ontem no Congresso Nacional, talvez com receio de levar outra reprimenda do presidente da República.
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O ministro Pazuello afirmou ontem que o Brasil trabalha com “no máximo” três opções de vacina contra a Covid-19 no planejamento da imunização da população contra o novo coronavírus. A declaração ocorreu poucas horas após o anúncio da aprovação da vacina da Pfizer e da Biontech pelo Reino Unido. Contudo, o governo federal reduziu a possibilidade de adquirir a vacina produzida pela Pfizer em razão da dificuldade de armazenamento.
Durante o encontro, o ministro afirmou que o Brasil pode ter 300 milhões de doses em 2021, sendo cerca de 100 milhões entregues pela Astrazeneca até o fim do primeiro semestre, além de outras 160 milhões de unidades, do mesmo modelo, que serão fabricadas pela Fiocruz. Além disso, outras 40 milhões seriam compradas do consórcio Covax Facility, iniciativa internacional Covax, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Covas disse ainda hoje de manhã que, com ou sem financiamento do Ministério da Saúde, as 46 milhões de doses serão usadas no próximo ano. “Será a primeira vacina disponível no Brasil. Com o financiamento do ministério ou sem o financiamento do ministério, essas 46 milhões de doses serão utilizadas muito rapidamente no início do próximo ano. Nós já temos acordo com diversos estados e confederações de municípios, então será feito. Espero que com apoio do ministério”, afirmou, segundo o Uol.
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