Covid-19: Ministério da Saúde orienta para casos suspeitos de reinfecção

Covid-19: Ministério da Saúde orienta para casos suspeitos de reinfecção

O Ministério da Saúde (MS) divulgou no final de outubro a Nota Técnica 52/20 que estabelece orientações preliminares sobre a conduta frente a um caso suspeito de reinfecção por Covid-19 no Brasil. Objetivo é proporcionar monitoramento epidemiológico e laboratorial adequados.

Segundo o documento, é considerado caso suspeito de reinfecção o indivíduo com dois resultados positivos do exame RT-PCR em tempo real para o novo coronavírus (SARS-CoV-2), com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois episódios de infecção respiratória, independentemente da condição clínica observada nos dois episódios.

A nota técnica destaca que, apesar dos avanços tecnológicos e científicos obtidos desde o início da pandemia, por se tratar de uma enfermidade até então desconhecida, há ainda muitas incertezas a respeito de diversos aspectos essenciais para compreensão da dinâmica de transmissão e, consequentemente, das mais adequadas estratégias de vigilância e controle da doença.

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Sendo assim, “um ponto sensível diz respeito à imunidade adquirida e sua persistência, pois recentes estudos publicados admitem a possibilidade de reinfecção pelo vírus SARS-CoV-2 em um curto período de tempo. A analogia com outros vírus semelhantes indica que a hipótese de reinfecção é plausível”, diz o texto. “Também já há relatos de casos suspeitos de reinfecção por parte das vigilâncias de alguns Estados no Brasil, que descrevem intervalos de tempo bastante variáveis entre as duas possíveis infecções”.

Porém, o documento ressalta que algumas situações devem ser amplamente discutidas antes de ser considerada a suspeita de reinfecção. Entre elas: erros na coleta do material para testagem diagnóstica, uso de testes com baixa sensibilidade e especificidade, diferenças na resposta imunológica dos indivíduos ao vírus e uso de medicamentos que podem debilitar o sistema imunológico dos pacientes, fazendo com que uma infecção que aparentemente estivesse curada corresponda à persistência de um mesmo episódio de infecção.

A reinfecção por cepas homólogas também é uma possibilidade, “mas no atual cenário, e em virtude do conhecimento de que o SARS-CoV-2 pode provocar eventualmente infecções por períodos prolongados de alguns meses, faz-se necessário determinar critérios de confirmação, como sequenciamento genômico, para comprovação de que se tratam de infecções em episódios diversos, por cepas virais diferentes”, diz o texto.

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Ainda segundo a nota técnica, os estudos e relatos existentes não permitem definir claramente aspectos essenciais como o período mínimo entre as duas infecções, as implicações da reinfecção na gravidade dos casos e os critérios laboratoriais mais adequados para confirmar o evento.

“Nesse sendo, identifica-se a necessidade de sistematizar as informações relativas aos possíveis casos de reinfecção que vêm sendo detectados no País e harmonizar as definições pertinentes, a fim de obter dados para compreensão do fenômeno e, se necessário, adequar os processos de vigilância, medidas de prevenção, controle e atenção aos pacientes”, orienta o MS no documento.

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